A edição de hoje
Papa Francisco pede mais ofertas para atrair juventude.
"Debandada da juventude", foi como o papa classificou, no encontro com os bispos portugueses, o que acontece em Portugal aos jovens na relação com a Igreja. Francisco falou de "um vazio na oferta paroquial de formação cristã juvenil pós-crisma" e disse ser necessário inverter esta tendência.
O discurso do papa aos prelados portugueses, nesta visita Ad Limina, foi bastante elogioso em várias matérias, como a ação social ou a credibilidade dos bispos perante as instituições civis e a sociedade, mas foi violento no que respeita à pastoral da juventude.
"A juventude deixa a Igreja porque assim o decide? Decide assim porque não lhe interessa a oferta? Não lhe interessa porque não dá resposta às questões que hoje a inquieta?", perguntou o papa aos bispos portugueses.
"Esta mensagem tocou-me particularmente. A diocese do Porto, que tem mais de dois milhões de habitantes, tem uma larga franja de juventude. Temos de fazer com que os jovens sejam protagonistas na Igreja", disse ao CM D. António Francisco dos Santos.
Também o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, reconheceu que "após o Crisma, muitos jovens abandonam a prática religiosa", sublinhando "a importância destes alertas, para que as comunidades compreendam que é necessário procurar formas de fazer com que os jovens sintam necessidade de continuar a fazer parte da Igreja".
Os bispos garantem ter percebido a mensagem e dizem concordar com o diagnóstico do papa. No entanto, as preocupações do papa Francisco com a pastoral da juventude ficaram bem claras, lembrando, inclusive, que se não houver aposta nos jovens, diminuem necessariamente as vocações.
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