A edição de hoje
Procedimento é legal nos EUA e México.
Grande parte das pessoas que procura clínicas de fertilidade nos EUA já não o faz porque precisa de ajuda para engravidar, mas sim para poder escolher o sexo do bebé. Esta prática tem gerado controvérsia em todo o mundo e, até agora, só os EUA e o México consideram legal.
"São pais que têm geralmente um, dois ou três filhos do mesmo sexo e querem que o próximo seja de outro sexo", explicou ao site The Wall Street Journal Daniel Potter, diretor clínico do grupo HRC Fertility Clinics, que já tem nove clínicas de fertilidade nos EUA.
Tal como aconteceu com o aborto, as opiniões sobre a escolha do sexo dos bebés, em clínicas de fertilidade, divergem. O Comité de Ética do Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas apresentou, no ano passado, um parecer contra esta prática. "Não queremos pessoas a usar uma tecnologia que tem intenção de ajudar casais com necessidades médicas por motivos não-clínicos", sublinhou Sigal Kliostein, chefe do comité de ética.
Daniel Potter afirma que cerca de metade dos pacientes que vão à sua clínica de fertilidade para escolher o sexo do filho são estrangeiros. O médico já viajou até Londres para informar várias famílias sobre este método. Em setembro vai à Austrália e em breve à China.
Clínica ajuda família a ter menina
Katie e Stuart Kanavan, um casal australiano, tinham três meninos. Para garantir que na próxima gravidez nascia a tão desejada menina, foram até à HRC Fertility Clinics, nos EUA, e pagaram 50 mil dólares (cerca de 45 mil euros). Nasceu Ruby-Rose, uma menina saudável atualmente com dois anos.
Família Kanavan já com Ruby-Rose, de dois anos
"Queríamos dar aos nossos rapazes uma irmã. Foi uma aposta muito grande para a nossa família, que agora já está completa", recordou Katie Kanavan.
Riscos de escolher o sexo do bebé
A probabilidade de vir a sofrer de cancro da mama ou dos ovários poderá aumentar em mulheres que se submetem ao procedimento que permite escolher o sexo do bebé. Contudo, Elena Trukhacheva, especialista em fertilidade e vice-presidente do Instituto de Medicina Reprodutiva, garante que todos os pacientes do instituto em que trabalha são devidamente aconselhados.
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