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Jovens têm relações sexuais mais tarde, mas usam menos contracetivos

Frequência da primeira relação sexual diminuiu nos adolescentes abaixo dos 13 anos, aumentando nos que têm mais de 14.

14 de dezembro de 2022 às 09:29

A frequência da primeira relação sexual diminuiu nos adolescentes abaixo dos 13 anos, aumentando nos que têm mais de 14, e o uso de métodos contracetivos baixou, segundo um estudo que vai ser esta quarta-feira apresentado em Lisboa.

O estudo Health Behaviour in School-aged Children (HBSC/OMS), feito em colaboração com a Organização Mundial de Saúde e que conta com a participação de 51 países, analisa os comportamentos e a saúde dos adolescentes (6.º, 8.º e 10.ºanos de escolaridade) nos seus contextos de vida.

Os dados a que a Lusa teve acesso, que serão esta quarta-feira divulgados em Lisboa, indicam que a frequência de idade da primeira relação sexual diminuiu nos jovens com 11 anos ou menos (13,6% em 2018 e 8,4% em 2022) e nos que têm 12/13 anos (de 23,2% para 20,5%).

Já nos jovens com 14 anos ou mais, esta frequência aumentou, passando de 63,2% para 71,1%.

Os dados, que se referem a cerca de 6.000 questionários, abrangendo mais de 450 turmas em Portugal continental, indicam, contudo, que a maioria (84,8%) dos adolescentes do 8.º e 10.º ano de escolaridade referem ainda não ter tido relações sexuais. Dos que mencionaram já ter tido, 71,1% disseram ter tido a primeira relação sexual aos 14 anos ou mais tarde.

Em relação aos comportamentos sexuais, o uso de métodos contracetivos diminuiu: o uso do preservativo diminuiu para 64% (66% em 2018) e o da pílula contracetiva baixou para 31,3% (era 33,8%).

As relações sexuais associadas ao consumo de álcool também baixaram, passando de 17,1% (2018) para 13,4% (2022).

Os dados mostram ainda que 41,3% dos jovens inquiridos disseram não ter, de momento, um relacionamento amoroso e mais de um em cada cinco (23,5%) consideram que o relacionamento amoroso que têm de momento "é das coisas mais importantes das suas vidas".

Quanto ao consumo de substâncias, aumentou a frequência de não fumadores, passando de 93,7%, em 2018, para 95,1% (2022).

O consumo de diferentes bebidas alcoólicas tem diminuído em todos os tipos e os resultados revelam igualmente uma redução na frequência de consumo de álcool entre 20 dias ou mais no último mês (de 9,7% para 6,8%).

Contudo, mostram que a frequência de embriaguez aumentou entre 1 a 3 vezes nos últimos 30 dias, passando de 3,9% para 4,2%.

O consumo e experimentação de outras substâncias mantêm-se ou baixou, à exceção dos medicamentos usados como drogas, que aumentaram (de 1,6% para 1,9%).

No campo de violência, os resultados continuam a refletir que mais jovens se assumem como vítimas do que como provocadores.

O estudo HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é realizado em Portugal desde 1998 - internacionalmente desde 1983 -- e o último tinha sido aplicado em 2018, antes da pandemia de covid-19.

Esta investigação, realizada de quatro em quatro anos, pretende estudar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar em áreas como o apoio familiar, escola, saúde física, saúde mental e bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, atividade física, lazer, consumo de substâncias, violência e saúde planetária.

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