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Mais de 17 mil ninhos de vespa-asiática destruídos em 2019

Porto, Aveiro e Braga são os distritos com mais casos. Famalicão foi o concelho que mais ninhos destruiu.

28 de fevereiro de 2020 às 08:54

Em Portugal foram destruídos 17 287 ninhos de vespa-asiática no ano passado, segundo dados avançados ao CM pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Este número representa um aumento de 12 por cento em relação a 2018, ano em que foram erradicados mais de 15 mil ninhos de vespa velutina.

Os distritos do Porto, Aveiro, Braga, Coimbra e Viseu, com quase 14 mil casos, representam mais de 80 por cento dos ninhos que foram destruídos em 2019.

Por concelho, destacam-se Vila Nova de Famalicão, Marco de Canaveses, Águeda, Guimarães e Amarante, todos com mais de 500 casos de ninhos erradicados cada. "Os dados provêm da plataforma eletrónica gerida pelo ICNF [a STOPvespa]", refere o próprio Instituto, sublinhando que os números revelados foram todos "validados pelos municípios".

Estes dados indicam que apesar do combate desenvolvido pelas autarquias, há uma expansão da vespa velutina, que em 2019 já chegou a Lisboa e Setúbal, atingindo um total de 15 distritos. Apenas Beja, Évora e Faro não registam ainda qualquer caso. A vespa-asiática alimenta-se sobretudo de abelhas, o que levou em 2018 a uma redução de 15 por cento na produção de mel.

A Assembleia da República aprovou no último Orçamento do Estado uma subida da verba destinada ao combate a esta praga que chegou a Portugal em 2004. O valor disponível sobe de 1 para 5 milhões de euros, depois de uma proposta do Partidos Ecologista Os Verdes ter sido aprovada.

As autarquias podem candidatar-se a receber 20 mil euros de "subsídio não reembolsável" e mais 15 euros por ninho destruído com registo na plataforma STOPvespa.

PORMENORES

Contra prémio por ninho

Marco Portocarrero, da associação sem fins lucrativos Nativa, que se dedica à erradicação de ninhos, contesta os prémios pagos por ninho destruído: "A possibilidade de fazer disto um negócio é uma ameaça à resolução do problema".

Vai chegar às ilhas

Portocarrero avisa que vários concelhos nada fazem para destruir ninhos e que a praga se está expandir e "provavelmente chegará à Madeira e Açores".

Provocou mortos

A espécie já provocou mortos mas não representa mais p

Vespas fecham parque em Lisboa por dois dias

O aparecimento, em setembro de 2019, de um ninho de vespa-asiática (ou velutina) num parque de Lisboa marcou a expansão da praga para o sul do território. O parque da Quinta das Conchas e dos Lilases, na zona do Lumiar, esteve encerrado durante dois dias para que o ninho fosse destruído.

DISCURSO DIRETO: Nuno Sequeira, Associação Quercus

"Espécie continua em expansão"

CM – O que acha do reforço de 4 milhões de euros para combater a vespa-asiática?

Nuno Sequeira –

–Concorda com o sistema que paga às autarquias por ninho destruído ou devia ser o Governo a assumir?

DISCURSO DIRETO: Nuno Sequeira, Associação Quercus

"Espécie continua em expansão"

CM – O que acha do reforço de 4 milhões de euros para combater a vespa-asiática?

Nuno Sequeira – Vemos com agrado esta medida. Este é um problema real, a espécie continua em expansão no território nacional e não há resolução à vista. É preciso medidas sérias para a erradicação.

–Concorda com o sistema que paga às autarquias por ninho destruído ou devia ser o Governo a assumir?

Tem de existir uma rede descentralizada e é preciso haver incentivos para através de técnicos qualificados destruir os ninhos. E é preciso também continuar a investigação para saber mais sobre a espécie.

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