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Mais de 200 pessoas marcham em Lisboa pelo fim dos combustíveis fósseis até 2030

Manifestantes gritaram que "sem futuro não há paz".

22 de novembro de 2025 às 17:10

Mais de 200 pessoas marcharam este sábado em Lisboa pedindo o fim dos combustíveis fósseis até 2030.

A manifestação, organizada por um coletivo que inclui a Greve Climática Estudantil e a Climáximo, tem lugar depois de uma semana de protestos estudantis que reivindicaram o fim ao fóssil e em que escolas foram fechadas pelos estudantes.

"Eu não sei, mas ouvi dizer que o planeta está a arder. Há medidas a tomar e o Governo anda a brincar", entoaram os manifestantes, na marcha que saiu do Largo Camões e seguiu até à Assembleia da República.

Os manifestantes gritaram ainda que "sem futuro não há paz".

À Lusa, José Borges, estudante do Liceu Camões e integrante da Greve Climática Estudantil, disse que o objetivo é passar uma mensagem ao Governo, que "tem de cumprir a reivindicação do fim ao fóssil até 2030".

"Não é uma reivindicação que nós inventámos, mas o prazo da ciência", disse o estudante de 18 anos, que apontou que os decisores políticos "têm de ser defensores dos interesses desta geração e das futuras".

Alice Gato, do coletivo Climáximo, registou que a marcha decorreu no contexto da Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP30), que decorreu este mês em Belém, no Brasil.

"Durante esta semana, os estudantes estiveram a parar as suas escolas em protesto e estiveram também a reunir apoio de diferentes setores das sociedades, mães e pais, professores, profissionais de saúde e profissionais da cultura para demonstrarem que esta luta não é uma luta apenas dos estudantes", afirmou.

Ivo Relveiro é professor na Escola Artística António Arroio e era um dos vários professores presentes na marcha e, já junto à Assembleia da República, disse à Lusa que a presença dos docentes na iniciativa é importante para "apoiar o futuro destes jovens".

O professor acusou o Governo de não escutar as sugestões sobre o tema e que "é pertinente tomar medidas que não estão a ser tomadas e que não vão ser consideradas".

Fazendo um balanço sobre a COP30, os três manifestantes lamentaram que o roteiro para o abandono dos combustíveis fósseis, exigido por dezenas de países, tenha ficado de fora do texto final da conferência.

"Desta COP saiu o que tem sempre saído das COP: nada. Metas insuficientes e falta de responsabilidade por parte dos governos para cumprir essas mesmas metas, ou seja, é o que sempre foi", apontou José Borges.

Já Alice Gato entende que os intervenientes da COP30 são "os mesmos governos e empresas que ao longo dos últimos 30 anos" provocaram "deliberadamente esta crise climática".

Ivo Relveiro apontou que a COP "acaba por ser um projeto falhado, cada vez mais falhado", porque "não está a tomar atenção às verdadeiras necessidades".

"Torna-se cada vez mais presente esta ideia de que o consumo de combustíveis fósseis é uma coisa prioritária, que não deveria ser", registou.

Ao longo do seu percurso, a marcha "O Nosso Futuro Não Está à Venda-Fim ao Fóssil 2030" contou com intervenções de professores e médicos.

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