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Mais de 7500 doentes à espera de cirurgia oncológica

Lista de espera para cirurgia oncológica subiu no primeiro semestre. Mais de 1220 utentes já tinham ultrapassado o tempo máximo de resposta garantido.

25 de outubro de 2025 às 01:30

A lista de espera para cirurgia oncológica subiu 4,7% no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2024. O relatório de monitorização aos tempos de espera no SNS, divulgado esta sexta-feira pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), indica que no final de junho havia um total de 7538 utentes à espera por uma cirurgia oncológica programada, a grande maioria - 7468 - nos hospitais públicos. De acordo com a ERS, 16,3% dos doentes (1229) que aguardavam por cirurgia viram os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) ultrapassados.  Nos primeiros seis meses do ano foram realizadas 37195 cirurgias oncológicas, das quais 92,6% em unidades de saúde do SNS, num aumento de atividade global de 6,9%. Segundo a ERS, o crescimento da atividade cirúrgica dos hospitais públicos poderá ser justificado pelo regime excecional de incentivos criado pelo Governo, para a redução das listas de espera dos utentes com suspeita ou confirmação de cancro, fora dos TMRG.

O relatório da ERS revela ainda que, em 30 de junho, havia um total de 200307 utentes em lista de espera cirúrgica (excluindo as oncológicas e cardíacas). Destes 200 mil utentes, 192209 aguardavam nos hospitais do setor público, 3593 em hospitais protocolados e 4505 em hospitais de destino - inclui unidades do privado e social com convenção com o SNS. No primeiro semestre foram realizadas 334339 cirurgias de várias especialidades, das quais 305717 nos hospitais do SNS.

Hospitais com um terço de cirurgias fora do prazo

O relatório da ERS indica que os hospitais do SNS com maior taxa de cirurgias realizadas fora do TMRG são a ULS Barcelos-Esposende (36,1%), ULS Arrábida (31,7%) e ULS Alto Ave (28,4%). As entidades públicas com menor percentagem de cirurgias fora do TMRG são a ULS Castelo Branco (1,7%), e o IPO do Porto e a ULS Litoral Alentejano (1,9%). No que respeita às consultas, as unidades com maior percentagem fora do TMRG são o IPO de Lisboa (90,6%), a ULS Tâmega e Sousa (70,5%) e a ULS Alto Ave (68,1%). No lado oposto, a entidade com melhor prestação é o IPO do Porto, onde apenas 1,4% das consultas foram realizadas após o Tempo Máximo de Resposta Garantido.

Quase 13 mil muito prioritárias

Nos primeiros seis meses do ano, quase 13 mil utentes operados foram considerados muito prioritários, mais cerca de mil face ao período homólogo. Destas cirurgias, 1845 das realizadas no SNS foram-no em incumprimento (fora do TMRG), apesar de estarem classificadas como muito prioritárias. Já as cirurgias prioritárias foram cerca de 60 mil, e as restantes cerca de 260 mil tinham prioridade normal.

Espera de quase 27 dias

A mediana de tempo de espera nas cirurgias oncológicas foi de 26,7 dias no público. No caso das cirurgias cardíacas, a mediana de espera foi de 15,4 dias. No primeiro semestre, foram realizadas 4904 cirurgias de cardiologia.

Emitidos 68780 vales-cirurgia

No primeiro semestre foram aceites pelo utente e pelo hospital 18,6% dos 68780 vales-cirurgia e notas de transferência emitidos pelo Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia.

974 mil à espera de consulta

No final de junho havia 974770 utentes a aguardar por uma primeira consulta nos hospitais públicos, um aumento de 25,6% face ao primeiro semestre de 2024. Mais de metade (56,6%) já tinha ultrapassado o TMRG.

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