Proporção de famílias que pede a substituição de um fármaco de marca pelo respetivo genérico aumenta com o acréscimo das dificuldades económicas.
As famílias com menores rendimentos tiveram em 2022 mais dificuldades em fazer face às despesas habituais, sobretudo a comprar medicamentos, que ainda representam a maior fatia das despesas associadas aos cuidados de saúde primários ou urgências.
Segundo o relatório "Acesso a cuidados de saúde, 2022 - As escolhas dos cidadãos no pós-pandemia", da autoria dos investigadores Pedro Pita Barros e Eduardo Costa e que será esta terça-feira apresentado, a proporção de famílias que pede a substituição de um fármaco de marca pelo respetivo genérico aumenta com o acréscimo das dificuldades económicas, passando de 33% em 2019 para 56% em 2022.
"É um efeito que não é surpresa que exista, mas foi até certo ponto surpresa a magnitude do efeito, [o facto de] ser tão forte", admitiu, em declarações à Lusa, o investigador Pedro Pita Barros.
O especialista lembrou ainda que os mais pobres são afetados de duas formas distintas, "que se reforçam mutuamente".
Por um lado, devido ao tipo trabalho que têm, "muitas vezes não têm as mesmas facilidades para estar em teletrabalho ou poderem evitar transportes públicos, como outras pessoas de profissões que dão rendimentos mais elevados", ficando mais expostas ao risco de doença.
Por outro lado, são também provavelmente profissões em que o impacto económico da redução da atividade durante a pandemia terá sido maior.
"Acabam por ter maior exposição, mas também provavelmente menor disponibilidade financeira, ou maior incerteza financeira do que teriam fora da pandemia. (...) São apanhados numa tenaz, em que um dos lados é o económico e do outro a saúde", explicou.
Em termos de intervenção pública, Pita Barros diz que esta situação deveria preocupar os decisores para "perceber melhor como é que se pode tentar recuperar essas situações e garantir agora um acesso melhor" a estas pessoas.
"A parte económica, em princípio, estará a recuperar com a recuperação da economia. A parte de saúde, terá de se perceber se são precisas medidas especificas de proteção financeira adicional, em particular no campo do medicamento", insistiu, lembrando que é nos medicamentos associados à prescrição que está o maior peso financeiro para estas famílias.
O relatório "Acesso a cuidados de saúde, 2022 - As escolhas dos cidadãos no pós-pandemia", da autoria dos economistas Pedro Pita Barros e Eduardo Costa, será apresentado esta terça-feira, no auditório BPI All in One, no Saldanha, em Lisboa.
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