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Correio da Manhã

Sociedade
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Médico ortopedista longe da família para a proteger do coronavírus

Frederico Teixeira adotou medidas drásticas de proteção para si e para a sua família.
Fátima Vilaça e S.P. 1 de Abril de 2020 às 08:37
Frederico Teixeira, médico ortopedista
Frederico Teixeira, médico ortopedista FOTO: CMTV

Ortopedista no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, Frederico Teixeira adotou medidas drásticas de proteção para si e para a sua família: a mulher e os dois filhos mais novos foram para outra casa da família, enquanto Frederico e o filho mais velho - que também é médico no Curry Cabral - mantêm-se afastados, cada um na sua casa, porque não querem correr "o risco de contagiar alguém".

Uma situação de isolamento que irá manter-se "por tempo indeterminado", mas que será "certamente longa". Na prática clínica tem cuidados adicionais: "Praticamos as medidas que são preconizadas para todos e usamos também máscaras cirúrgicas e proteção ocular. Sabemos, no entanto, que as máscaras cirúrgicas não nos protegem do contacto pois são unidirecionais - são pensadas para proteger o doente do médico e não o contrário. Depois é preciso ter os cuidados gerais: minimizar o contacto, manter a distância, lavar as mãos depois de cada contacto", frisa.

Todavia, numa especialidade como a Ortopedia é "difícil não tocar" no doente. "Na ortopedia não podemos evitar a realização de determinadas manobras. Por isso é que há tantos médicos infetados. O exercício da profissão em várias especialidades implica uma proximidade muito grande: ver o fundo do olho, observar a garganta, auscultar o paciente.

Para nos proteger era preciso um escafandro e os hospitais não têm meios para esse tipo de proteção", frisa. Ainda assim, Frederico Teixeira tem continuado a "dar o corpo ao manifesto", independentemente dos riscos.

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