O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, garantiu terça-feira que "o sistema está a funcionar normalmente", apesar do protesto dos enfermeiros especialistas, e disse-se convencido de que o Governo se está "a aproximar de um entendimento razoável" com os médicos. Os sindicatos continuam à espera.
"É com surpresa que ouço isso porque ainda estamos à espera da reunião e da contraproposta, o que poderá revelar alguma desorientação do ministro", disse, ao
CM, Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos.
Se setembro terminar sem entendimento, os clínicos avançam para a greve em outubro, depois das eleições autárquicas, e não há margem para prolongamentos. "Este já é um prazo mais do que prolongado", concluiu Roque da Cunha. Do lado dos enfermeiros, a greve nacional mantém-se: 11 a 15 de setembro.
"Tivemos uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que nos deu a novidade de que agora é que vamos começar a negociar", criticou José Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, recusando a "normalidade" garantida pelo ministro. "Disseram-nos que não há dinheiro para pagar a tabela salarial proposta", disse.