Classe tem rendimentos abaixo dos padrões europeus.
Cerca de 400 médicos participam, esta sexta-feira, e sábado no congresso da ordem para debater a saúde em Portugal, numa altura em que a classe enfrenta uma sobrecarga laboral e burocrática e tem rendimentos abaixo dos padrões europeus.
O perfil consta dos dados preliminares do inquérito promovido pela Ordem dos Médicos (OM), a que a agência Lusa teve acesso, e que indicam que a classe tem uma média de idades de 51,2 anos, com 71% a desempenhar a sua atividade no setor público e 25% no privado.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é o principal empregador da classe médica, onde 82,5% são especialistas e trabalham uma média de 45 horas por semana, podendo atingir o limite de 80 horas.
Segundo o inquérito, 43,8% dos médicos realizam trabalho em regime de prestação de serviços, mas, destes, 74,3% acumulam a prestação de serviço com um vínculo ao SNS ou ao setor privado.
Cerca de um em cada quatro médicos (25,6%) tem dedicação exclusiva à prestação de serviços, a maioria com mais de 60 anos, o que poderá sugerir que utilizam esse regime como complemento à reforma.
Um médico com um vínculo profissional ao SNS tem um rendimento líquido mensal de 3.966 euros, sendo a mediana de 3.500 euros, "valores bastante abaixo dos padrões europeus", revela ainda o inquérito, adiantando que os prestadores de serviços são o grupo com maior rendimento.
É com este perfil de uma classe "altamente qualificada, comprometida com o serviço público, mas a enfrentar sobrecarga laboral e burocrática, rendimentos desiguais e dependência crescente da prestação de serviços" que a OM realiza o seu 28º Congresso Nacional, em Coimbra.
"Este congresso assenta numa ideia de contributo para o SNS, para a saúde em Portugal", adiantou à Lusa o bastonário da OM, Carlos Cortes, salientando que constitui ainda o arranque do fórum "Um Rumo para a Saúde", que vai percorrer todos os distritos nos próximos meses para apresentar soluções para o setor.
Segundo Carlos Cortes, os resultados preliminares do inquérito, que traça uma "imagem da classe médica mais envelhecida", vão ser alterados muito rapidamente, tendo em conta que cada vez mais médicos estão a entrar na profissão.
"Todos os anos temos cerca de dois mil médicos que se inscrevem na ordem", salientou o bastonário, para quem, depois de um "hiato preocupante" nos últimos anos, está a verificar-se uma renovação geracional da classe.
Carlos Cortes realçou também que o inquérito permitiu perceber que, dos cerca de 44% dos médicos que também fazem prestação de serviço, cerca de 74% são médicos com contratos no SNS.
"É um dado muito importante para o poder político", salientou o bastonário, para quem estes números são "importantes para as decisões que o Ministério da Saúde vai ter de tomar", na perspetiva de perceber que "esses médicos acabam por ajudar à sustentabilidade de todo o SNS, nomeadamente, de hospitais periféricos com maiores dificuldades e captar recursos humanos".
O inquérito foi realizado `online´ entre 01 de outubro e 02 de novembro deste ano, contando com 3.291 respostas validadas e um erro de amostra inferior a 2%.
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