Investigadores querem perceber mecanismo que faz com que substâncias permaneçam neste órgão.
Um novo estudo detetou pela primeira vez a presença de microplásticos em tecidos de pénis humanos. Em maio, uma outra investigação tinha revelado que foram encontrados microplásticos em todos os testículos humanos analisados e os investigadores referiram que a descoberta podia estar relacionada com a diminuição da contagem de espermatozoides.
Na mais recente análise, a equipa avaliou os tecidos de seis homens que tinham sido submetidos a cirurgias relacionadas com o tratamento da disfunção erétil, tendo identificado, em 80% das amostras, sete tipos de microplásticos, alguns de apenas dois micrómetros.
Os investigadores referem ainda que cerca de metade dos microplásticos encontrados eram de tereftalato de polietileno, muito utilizado para a fabricação de tecidos e de embalagens plásticas; já o polipropileno, usado para fabricar eletrodomésticos, por exemplo, representava quase 35% destas substâncias, algumas com cerca de meio milímetro.
De acordo com os investigadores do estudo, publicado na revista científica Nature, estas descobertas levantam "questões sobre as ramificações dos poluentes ambientais na saúde sexual" masculina.
A equipa pretende agora realizar mais estudos para perceber que mecanismo explica o facto de os microplásticos permanecerem no pénis e se podem mesmo provocar disfunção erétil.
Os microplásticos estão em todo o lado, já se sabe, desde o fundo dos oceanos ao topo do Evereste, e também no organismo humano (foram encontrados pela primeira vez no sangue em 2022 e em todas as placentas humanas analisadas num estudo em março deste ano). A comunidade científica tem alertado para o facto de a presença destas substâncias poder estar ligada ao aumento de doenças inflamatórias intestinais e a tipos de cancro como o do cólon.
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