Dez dos 12 doentes que participaram no ensaio clínico já não precisam de tomar insulina.
Um novo tratamento contra a diabetes tipo 1 conseguiu curar com uma só injeção 10 dos 12 doentes que participaram no ensaio clínico e que, um ano depois, já não precisam de tomar insulina, enquanto os restantes dois reduziram para doses muito menores. "É uma vida completamente nova", disse, citada pelo jornal O Globo, uma das pacientes, Amanda Smith, enfermeira de 36 anos.
O tratamento desenvolvido pela Vertex Pharmaceuticals, em Boston (EUA), foi publicado na revista científica The New England Journal of Medicine.
Consiste na utilização de células-tronco (células não diferenciadas que podem ser estimuladas a converterem-se noutro tipo de célula no organismo) que foram induzidas a transformarem-se em células de ilhotas pancreáticas, cuja função é produzir insulina e regular os níveis de glicose no sangue. Estas novas células foram injetadas nos pacientes para se instalarem no pâncreas. Se os resultados positivos continuarem será pedida a aprovação já em 2026 do tratamento pela Food and Drug Administration (FDA).
A diabetes tipo 1 é causada precisamente pela destruição das ilhotas pancreáticas efetuada pelo sistema imunológico, deixando o organismo de produzir a hormona insulina, que é fundamental para a glicose entrar nas células. Os doentes passam a ter de injetar doses de insulina para substituir as que o corpo não produz, num esforço a tempo inteiro para controlar os níveis da hormona.
Os 12 pacientes do estudo sofrem de uma forma grave de diabetes tipo 1 (hipoglicemia assintomática) em que a descida dos níveis de glicose não provoca qualquer sintoma como tremor ou suor, pelo que podem desfalecer subitamente e até morrer.
O pai do tratamento é o cientista da Universidade de Harvard Doug Melton, que há 25 anos prometeu encontrar a cura para a diabetes tipo 1, doença de que sofria o seu filho, então com seis meses, e mais tarde a sua filha adolescente. “Tinha uma crença inabalável de que a ciência pode resolver os problemas mais difíceis”, afirmou. Após 20 anos de tentativas encontrou a mistura certa de elementos químicos para transformar células-tronco em células de ilhotas, estimando um custo de 50 milhões de dólares na investigação. Juntou-se depois à Vertex.
Menos positivo é o facto de os doentes terem de continuar a tomar imunossupressores (fármacos que reduzem ou inibem a ação do sistema imunológico) para evitar que o sistema imunológico destrua as novas células. Isto pode aumentar o risco de infeções e, a longo prazo, o risco de cancro, segundo Irl B. Hirsch, especialista em diabetes da Universidade de Washington, que não participou neste estudo. “O argumento [da Vertex] é que essa imunossupressão não é tão perigosa quanto a que usamos normalmente para rins, corações e pulmões, mas não teremos certeza disso por muitos anos”, afirma Hirsch.
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