Protesto serviu para mandar uma mensagem ao Governo, para que este vá "gerir os negócios" como bares e discotecas.
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Cerca de 130 trabalhadores da diversão noturna entregaram hoje, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, um cesto de chaves dos seus estabelecimentos para que o Governo vá "gerir os negócios" como bares e discotecas, encerrados devido à covid-19.
Escoltados pela PSP, os empresários partiram às 15h15 do início da Rua D. Carlos I e seguiram até à Assembleia da República. Chegaram à escadaria do parlamento pelas 15h30, onde entregaram, de forma simbólica, um cesto com as chaves dos seus estabelecimentos, localizados de norte a sul do país.
"É um ato de simbolismo. O Governo que venha gerir os nosso negócios, já que não conseguimos gerir com as portas fechadas", disse aos jornalistas Alberto Cabral, um dos empresários presentes na manifestação.
A manifestação "O silêncio da noite... à procura de respeito e respostas" foi marcada através das redes sociais pelo movimento "O silêncio da noite", que surgiu em consequência do encerramento, sem previsão de abertura, dos estabelecimentos noturnos, determinado pelo Governo devido à pandemia da covid-19.
Neste desfile estiveram cerca de 130 pessoas, guardando alguma distância entre si e todas com máscara. A marcha até à Assembleia foi marcada pelo silêncio.
Por seu turno, José Gouveia, porta-voz do grupo e presidente da Associação de Discotecas Nacional (ADN), sublinhou que o desfile aconteceu para que se assista ao "fim do silêncio do Governo e para que este comece a falar sobre a noite e de quando vão abrir os bares e as discotecas".
"Há um número de pessoas que não consigo quantificar que precisam de resposta", disse o empresário.
Questionado sobre o facto de ser possível ou não os clientes manterem o distanciamento social dentro dos bares e discotecas por se tratar de espaços fechados, José Gouveia lembrou que atualmente "é difícil manter as distâncias em todas as áreas", dando como exemplo as próprias declarações que estava a fazer.
"Só estamos à espera que a Direção-Geral de Saúde [DGS] nos diga como devemos agir. Como é evidente, se me dissesse há dois meses que tinha de usar máscara eu diria que não era possível. Hoje o uso de máscara faz parte, é como um acessório de roupa", disse.
"Os aviões também são espaços fechados e as pessoas estão de máscara", respondeu, depois da insistência dos jornalistas à questão do uso de máscara num local onde também se consomem bebidas.
José Gouveia acrescentou que a questão da lotação terá de ser prevista pelas autoridades, como no caso dos restaurantes e dos cafés, e que os empresários depois optam por abrir ou não.
"Queremos uma data e o direito de abrir tem de ser dado, depois caberá a cada um abrir ou não", disse José Gouveia, reconhecendo que os espaços a nível de ar condicionado e de extração de ar "estão bem preparados".
O responsável lembrou ainda que no desfile estivera, pessoas que fizeram cerca de 800 quilómetros (de ida e volta) para verem a sua situação resolvida.
"Se a DGS quiser amanha falar connosco, vamos lá", afirmou.
Pelas 15:45, tal como previsto, os manifestantes desmobilizaram, depois de entoarem o hino nacional e de uma salva de palmas.
Os empresários pretendem que seja considerado um conjunto de apoios, seja a fundo perdido ou a título de financiamento, "para fazer face aos custos decorrentes quer do período em que estas empresas estiveram encerradas e, portanto, sem vendas, quer para a óbvia quebra de receitas decorrente das eventuais restrições de capacidade que irão ser impostas", propondo uma reserva de verbas específica para a reabertura deste setor.
"Considere, à semelhança do que tem vindo a ser discutido no setor da restauração, uma redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) para a taxa mínima durante um período de dois anos, bem como a isenção da Taxa Social Única (TSU) por 12 meses", indica o manifesto do movimento.
É referido que os espaços de diversão noturna geram "cerca de dois mil milhões de euros", o que corresponde a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Tendo em vista a abertura do setor "com toda a segurança", os empresários da animação noturna criaram, no início de junho, um grupo de trabalho para apresentar soluções à DGS e ao Governo.
Estas empresas, encerradas desde março, ficaram de fora do plano de desconfinamento progressivo, tendo o primeiro-ministro justificado esta medida com a impossibilidade de afastamento físico nas discotecas.
Em declarações à Lusa, Pedro Vieira, que integra o grupo de trabalho, explicou então que, juntamente com a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares, estão a ser trabalhadas soluções e sugestões para apresentar às autoridades.
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