Bastonário da Ordem dos Médicos lamentou que as "várias recomendações e alertas" não tenham sido eficazes.
A Ordem dos Médicos lamentou esta terça-feira a demissão de 10 chefes de equipa do Hospital de Santa Maria e considerou que a situação é ainda mais preocupante por envolver uma unidade de fim de linha para situações mais graves.
Em comunicado, o bastonário da Ordem dos Médicos lamentou que as "várias recomendações e alertas" feitos junto da administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHLN) não tenham surtido efeito e sublinha que esta "fragilização crítica" na equipa de cirurgia do Santa Maria -- "uma unidade de fim de linha para situações mais graves e diferenciadas" - torna-se "ainda mais gravosa".
"É lamentável que -- ainda mais com tantos alertas -- nem o conselho de administração do hospital nem o Ministério da Saúde tenham procurado uma solução rápida e eficaz para garantir que a urgência cirúrgica funciona de forma segura para todos, isto é, tanto para os médicos e outros profissionais que ali trabalham, como para os doentes que ali acorrem e que merecem um serviço de excelência", reforçou Miguel Guimarães.
Os dez chefes de equipa de urgência cirúrgica tinham enviado em 10 de novembro uma carta ao diretor clínico do CHULN, na qual apresentavam a sua demissão em bloco a partir do dia 22 de novembro, por considerarem que a escala de urgência de cirurgia geral não era exequível, segundo o regulamento de constituição das equipas de urgência.
Na sequência da concretização da demissão, na segunda-feira, o CHULN assegurou que "tudo fará" para manter o normal funcionamento da urgência.
O centro hospitalar explicou, em comunicado, que a Direção Clínica realizou nas últimas duas semanas cinco reuniões, envolvendo os chefes da equipa cirúrgica do Serviço de Urgência Central, assim como os assistentes hospitalares de Cirurgia Geral, com o objetivo de resolver as questões levantadas pelos médicos.
Adiantou igualmente que, resultante destes encontros, a direção clínica "consensualizou alterações em protocolos de resposta do serviço de urgência, indo ao encontro das reivindicações apresentadas, mudanças assumidas por escrito em documentos enviados pelo diretor clínico a elencar as principais medidas a serem implementadas e a sublinhar disponibilidade para aprofundamento de outras".
"Ainda assim, os chefes da equipa cirúrgica do Serviço de Urgência Central do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte entendem que não foram resolvidas todas as questões identificadas", salientou-se no comunicado do CHULN.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, João Proença, disse que os chefes de equipa fizeram "uma proposta de linha vermelha" ao conselho de administração do CHULN, mas como este respondeu de "forma evasiva" decidiram que, a partir de dezembro, vão comunicar que "já não fazem urgência porque têm mais de 55 anos", além de irem limitar as horas extraordinárias.
Nove dos dez médicos que se demitiram do cargo de chefia já têm mais de 55 anos e, ao abrigo da lei, podem pedir dispensa do trabalho nas urgências.
Assim, adiantou João Proença, "não só deixam de ser responsáveis de equipa, como deixam de fazer bancos de urgência", o que, disse, "vai tornar insolúvel o problema do Serviço de Cirurgia do hospital central da área de Lisboa e ainda por cima universitário".
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