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Ordem dos Médicos quer apoio do Governo da República na recuperação do hospital de Ponta Delgada

Não foi ainda divulgada uma contabilização dos estragos do fogo.

10 de maio de 2024 às 20:18

A Ordem dos Médicos defendeu esta sexta-feira o apoio financeiro do Governo central na recuperação do hospital de Ponta Delgada, atingido por um incêndio, comprometendo-se a levar esse assunto à ministra da Saúde e ao Presidente da República.

"O Governo Regional obviamente tem um papel muitíssimo importante, mas quero chamar à solidariedade do Governo central nas várias vertentes, desde os recursos humanos, apoio técnico, até ao apoio orçamental absolutamente imprescindível", afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), em Ponta Delgada.

Carlos Cortes falava depois de se ter reunido com o presidente do Governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, no final de dois dias de uma deslocação à ilha de São Miguel, na sequência do incêndio que deflagrou no sábado no maior hospital dos Açores e que obrigou a sua evacuação.

Segundo referiu, depois da fase inicial de resposta imediata aos utentes, entrou-se agora "noutro momento" importante para os cuidados de saúde, que passa por "preparar uma solução para que os doentes possam continuar a ter cuidados de saúde de qualidade".

Carlos Cortes adiantou que a sua visita permitiu perceber que as "coisas estão a ser bem organizadas" e manifestou disponibilidade para colaborar com as entidades regionais com apoio técnico e institucional da OM, na sequência de um convite feito pelo presidente do Governo.

"Não podemos esquecer que é uma crise, uma situação difícil, que obriga a medidas absolutamente excecionais que comprometem necessariamente o Governo Regional dos Açores, mas que também têm de comprometer o Governo central", alertou.

O bastonário reconheceu ainda que vai ser necessário um "esforço que é difícil" para a reconstrução e beneficiação do hospital de Ponta Delgada, no sentido de ser possível "atingir novamente a capacidade dos Açores num hospital com características muito importantes de fim de linha".

"Iremos tudo fazer para ultrapassar essa situação. Irei transmitir também essa mensagem à ministra da Saúde e ao Presidente da República", assegurou o responsável da OM.

Após a audiência, José Manuel Bolieiro enalteceu a postura do bastonário, que mostrou "estar pronto para ajudar" neste processo de planear o futuro do hospital, que será "submetido já a obras de reabilitação", mas também na fase posterior da sua ampliação e modernização.

"Tudo isso implica uma inesperada despesa", salientou o chefe do executivo açoriano, para quem é necessário o contributo do país e da própria União Europeia num volume "suficiente para a dimensão da gravidade" que resultou do incêndio.

José Manuel Bolieiro considerou ainda ser uma preocupação e uma prioridade a concentração das equipas de profissionais de saúde, atualmente dispersas por várias unidades, no sentido de lhes "exigir menos esforço" nesta nova fase.

Relativamente à instalação de um hospital de campanha das Forças Armadas em Ponta Delgada, o presidente do Governo referiu que isso "não está excluído".

"Não vamos é precipitar a projetação de meios sem antes termos a coerência definida e quais são os meios mais adequados, onde tem especial sensibilidade a componente cirúrgica", disse.

O bastonário dos médicos visitou hoje também o posto médico avançado da Cruz Vermelha, que já está instalado numa escola de Ponta Delgada, e que é composto por 12 tendas, garantindo o funcionamento de uma enfermaria completa.

Segundo a Cruz Vermelha, está prevista uma capacidade instalada, nesta primeira fase, para acolher 30 doentes e ainda mais quatro em situação de isolamento.

A entrega de mais dez tendas vindas do continente, e que ficarão após esta operação em permanência na região, permitirá a possibilidade de duplicar para 60 o número de doentes.

O incêndio no hospital de Ponta Delgada, que deflagrou pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11, obrigou à transferência de 240 doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

O Governo dos Açores declarou no domingo a situação de calamidade pública para "acelerar procedimentos" que permitam normalizar num "curto espaço de tempo" a atividade da maior unidade de saúde açoriana, uma resolução que foi hoje publicada em Jornal Oficial.

A direção clínica anunciou na quarta-feira que o hospital vai ser reativado lentamente, prevendo-se que as unidades de oncologia e hemodiálise retomem a atividade de forma faseada na próxima semana.

Não foi ainda divulgada uma contabilização dos estragos do fogo.

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