"Salientamos a falta de trabalhadores em todas as áreas operacionais e a degradação das instalações", lê-se em comunicado.
As organizações sindicais dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa recusam ser culpadas, bem como os trabalhadores, pelo atual estado do serviço prestado pelo metro e pelas greves em cima da mesa durante o mês de junho.
Em comunicado assinado pelas seis organizações sindicais representativas dos trabalhadores do metro de Lisboa, avançam que ao longo dos cinco anos de gestão por parte do Conselho de Administração da empresa, têm "repetidamente alertado para os problemas concretos que põem em causa a qualidade do serviço público" que o metro deve prestar, frisando que "a maioria continua sem qualquer tipo de resposta".
"Salientamos a falta de trabalhadores em todas as áreas operacionais a degradação das instalações, o aumento da insegurança quer para os utentes, quer para os próprios trabalhadores e a diminuição da qualidade de oferta de um serviço público de transporte que se quer eficiente, seguro e rápido", pode ler-se na nota.
Na noite de quinta-feira, o Metropolitano de Lisboa garantiu que está disponível para procurar "soluções conjuntas de melhoria das condições de trabalho e de remuneração" e ainda para o "aumento de efetivos", no seguimento de um novo pré-aviso de greve.
Em comunicado, a administração do Metropolitano de Lisboa explicou que tem procurado "ativamente soluções", apelado "à ponderação das propostas realizadas" e mantido "a disponibilidade para a construção de uma solução que sirva ambas as partes".
As organizações sindicais referem que têm vindo a alertar "durante todos estes anos para estes problemas e não apenas em alturas de eventos especiais, como os que se vão realizar nas próximas semanas, nomeadamente Festas da Cidade e Rock in Rio", reiterando que estão sempre disponíveis para dialogar.
O Metropolitano de Lisboa não deverá funcionar no prolongamento da noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, devido à greve ao trabalho suplementar e eventos especiais no mês de junho, porque a proposta apresentada pela empresa aos sindicatos é considerada "muito insuficiente", segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Em declarações à Lusa, Anabela Carvalheira, da Fectrans, explicou na quinta-feira que nos plenários ocorridos na quarta-feira os trabalhadores da transportadora -- que já realizaram este ano várias paralisações com suspensão do serviço - decidiram manter o pré-aviso de greve ao trabalho suplementar e aos eventos especiais durante o mês de junho, o que abrange a noite da festa.
De acordo com a sindicalista, foi também apresentado um pré-aviso de greve de 24 horas para 26 de junho.
"Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa querem prestar este serviço de transporte durante todo o ano a todos os utentes que vivem e trabalham na cidade de Lisboa, bem como aos aqui se deslocam em trabalho ou lazer", referem no comunicado as organizações sindicais
Agora, lembram que "lamentavelmente" podem afirmar que o atual Conselho de Administração "guardou todo o seu vigor empenho apenas com o objetivo da concretização da linha circular, descurando os atuais problemas do Metropolitano de Lisboa".
"Foi sem nenhuma admiração que fomos confrontados com a súbita vontade de negociar por parte Conselho de Administração em vésperas dos eventos acima referidos, para uma área da empresa determinante para a circulação dos comboios", explicam na nota.
O resultado das negociações foi apresentado aos trabalhadores da área em plenário, no qual votaram "pela não-aceitação do documento por o considerem pouco credível na sua efetiva aplicação", lembrando as declarações do presidente da empresa na reunião de 27 de maio "'...não se fazem omeletes sem ovos..." entenda-se não se consegue aumentar a oferta sem trabalhadores".
Paralelamente a este processo negocial decorre o processo de negociação coletiva para 2022, no qual a empresa para reduzir o conflito apresentou mais um ano de vigência do Acordo de Empresa e aumento salarial de 0,9%, valor esse que, de acordo com as organizações sindicais, "se encontra muito abaixo da taxa de inflação do país".
"Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa representados pelas suas Organizações Sindicais continuam, como sempre disponíveis para o diálogo que vise a resolução dos problemas. Porém o diálogo não é, nem pode ser, uma imposição de vontades, mesmo que uma das partes se ache no direito de, paternalmente, pensar saber o que são os interesses dos trabalhadores", referem na nota.
O comunicado foi assinado pela Fectrans, o STTM - Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano de Lisboa, o SINDEM - Sindicato Independente de Todos os Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, o STMetro - Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, pelo STRUP - Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, SITRA - Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes e SITESE - Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços.
No esclarecimento, o Metropolitano de Lisboa referiu que de março a maio de 2022 foram efetuadas pelos trabalhadores da área da operação, maquinistas e chefias, um total de oito greves parciais entre as 05h00 e as 09h00.
Além destas greves, nos meses de maio e junho, foram, ainda, apresentados pré-avisos de greves ao trabalho suplementar e aos eventos especiais, adiantou ainda a empresa, lamentando "os incómodos e transtornos que estas greves causam aos cidadãos na cidade de Lisboa e concelhos limítrofes".
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