Adolfo Freitas considera que "o pior está para vir", sobretudo quando os "apoios do governo terminarem".
Os problemas provocados pela pandemia no turismo, o principal setor económico da Madeira, colocaram famílias "em situações precárias", estando todas as expectativas colocadas no desconfinamento dos mercados alemão e inglês, em maio.
"Há casos em que marido e mulher ficaram sem trabalho, e essas são situações bastante preocupantes. Esperamos que, no futuro, caso não consigam emprego, continuem a beneficiar de apoios sociais, porque precisam de viver com dignidade", disse à agência Lusa o responsável do Sindicato da Hotelaria e Similares da Madeira.
Adolfo Freitas considera que "o pior está para vir", sobretudo quando os "apoios do governo terminarem".
Os números de queixas no sindicato, enfatizou, aumentaram com a pandemia de covid-19, porque as "empresas não pagavam a tempo e horas". Na retoma, no ano passado, surgiram "casos de violação por parte das entidades patronais", nomeadamente no "incumprimento dos horários de trabalho e alteração dos dias de descanso".
"As notícias que têm saído é que, a partir de maio, o mercado inglês vai começar a dirigir-se para a Europa, mais concretamente para Portugal. Espero que assim seja, porque precisamos urgentemente de turismo para alimentar a nossa ilha", vincou o dirigente sindical.
Cláudio Pereira, empregado de mesa, natural do Funchal, não recebe qualquer rendimento desde setembro de 2020, altura em que o subsídio de desemprego terminou, após um ano de contrato, e é um exemplo de um trabalhador que está a sofrer os efeitos da pandemia no setor.
"Eles disseram mesmo que não conseguiriam renovar o contrato com mais ninguém à conta da pandemia. Tenho a certeza de que, se não fosse isso, eles iriam renovar comigo e com outros colegas, que também foram embora", disse, explicando que saíram do hotel outros cinco colegas.
Para Beatriz Silva, rececionista, o termo da ligação a um hotel localizado no Funchal foi interrompido "seis meses depois", com a "condição de que, quando voltassem a abrir, chamavam". Porém, a reabertura, prevista para setembro de 2020, "não aconteceu".
"Tive direito a subsídio de desemprego, mas não foi fácil, porque só tinha seis meses de trabalho. A culpa não foi do hotel, porque eles trataram de tudo para que pudesse usufruir dos meus direitos", justificou a jovem, que ficou sem rendimentos em novembro.
O setor hoteleiro da Madeira mantém esperança no desconfinamento, em maio, da Alemanha e da Inglaterra, dois mercados fundamentais para o turismo da região, para conseguir salvar postos de trabalho.
A hotelaria e as atividades similares vivem dias de angústia, devido à escassez de turistas na ilha da Madeira, com o nível de quebras a ultrapassar, na sua grande maioria, os 50% este ano, no qual recebeu já a distinção de "Destino mais seguro da Europa".
O diretor do departamento de vendas do grupo Pestana, Jorge Moreira, acredita que os ingleses "vão começar a viajar assim que tenham a segunda dose da vacina" e serão o "primeiro mercado a reagir", mas admite que a Madeira não será a único destino aliciante para este mercado: será "pouca gente e um preço muito barato", a "pagar metade do que costumavam pagar".
Em relação ao mercado alemão, considera que será ainda mais difícil (apenas neste domingo voltou a ser possível viajar para a Alemanha a partir de Portugal, depois de o país entrar na 'lista negra alemã' no final de janeiro).
Segundo o diretor de vendas, o valor da quebra do grupo Pestana em 2020 rondou os 70%.
Já Francisco Nunes, administrador do grupo Aqua Natura Hotels e Quinta do Furão, no norte da Madeira, acredita que "a curva será ascendente" quando a "vacina tiver o efeito refletido na sociedade a nível global" e entende que o confinamento "aguçou o apetite de viajar", de tal forma que que não haverá "época baixa", porque a região "consegue oferecer no verão e no inverno", ao contrário de outros destinos.
Francisco Nunes sublinhou que os efeitos que a pandemia provocou, em "termos económicos e financeiros nas empresas, levará uns anos a recuperar", lembrando que, apesar dos "apoios da índole governamental", tiveram de "recorrer a financiamentos, endividando-se".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.