Pontífice apelou a "processos transparentes" para criar uma cultura de prevenção em toda a Igreja.
O Papa Leão XIV afirmou que não deve haver tolerância na Igreja Católica para qualquer tipo de abuso - sexual, espiritual ou de autoridade - e apelou a "processos transparentes" para criar uma cultura de prevenção em toda a Igreja.
O pontífice fez os seus primeiros comentários públicos sobre o escândalo dos abusos sexuais no clero numa mensagem escrita dirigida a um jornalista peruano que documentou um caso particularmente flagrante de abuso e corrupção financeira num movimento católico com sede no Peru, o Sodalitium Christianae Vitae.
A mensagem foi lida em voz alta na sexta-feira à noite em Lima, durante a apresentação de uma peça de teatro baseada no escândalo do Sodalitium e no trabalho da jornalista Paola Ugaz.
"É urgente enraizar em toda a Igreja uma cultura de prevenção que não tolere qualquer forma de abuso - nem de poder ou de autoridade, nem de consciência, nem espiritual, nem sexual", disse Leão XIV na mensagem.
"Esta cultura só será autêntica se nascer de uma vigilância ativa, de processos transparentes e de uma escuta sincera dos que foram feridos. Para isso, precisamos de jornalistas".
O pontífice conhece bem o escândalo do Sodalitium, dado que passou duas décadas como padre missionário e bispo no Peru, onde o grupo foi fundado em 1971. O então bispo Robert Prevost foi responsável por ouvir as vítimas do Sodalitium como porta-voz dos bispos peruanos para as vítimas de abuso e ajudou alguns a chegar a acordos financeiros com a organização.
Depois de o Papa Francisco o ter levado para o Vaticano em 2023, Prevost ajudou a desmantelar totalmente o grupo, supervisionando a demissão de um poderoso bispo do Sodalitium. O Sodalitium foi oficialmente suspenso no início deste ano, mesmo antes da morte de Francisco.
Agora, como Papa, Leão XIV tem de supervisionar o desmantelamento do grupo e dos seus membros ativos. O enviado do Vaticano no terreno, Monsenhor Jordi Bertomeu, leu a mensagem do pontífice na sexta-feira à noite, surgindo ao lado de Ugaz no palco.
Na mensagem, o Papa também elogiou os jornalistas pela sua coragem em responsabilizar os poderosos, exigiu que as autoridades públicas os protejam e disse que uma imprensa livre é um "bem comum ao qual não se pode renunciar".
Ugaz e uma vítima do Sodalitium, Pedro Salinas, enfrentaram anos de litígios criminais e civis por parte do Sodalitium e dos seus apoiantes devido às suas reportagens de investigação sobre as práticas distorcidas e a má conduta financeira do grupo, e elogiaram o pontífice pela forma como tratou o caso.
O escândalo dos abusos é um dos 'dossiers' mais espinhosos que o atual Papa enfrenta, especialmente devido às exigências dos sobreviventes de que o pontífice vá ainda mais longe do que Francisco na aplicação de uma tolerância zero para os abusos em toda a Igreja, incluindo para os abusadores cujas vítimas eram adultos.
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