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Praia rejuvenesce a pele

No Verão, os corpos trabalhados ‘horas a fio’ nos ginásios, sem um grama de gordura que possa envergonhar os seus donos, são deliberadamente expostos ao calorzinho da época, mas há quem tenha receio de os mostrar, não por ter quilinhos a mais dentro do fato de banho mas porque os olhares pouco esclarecidos nem sempre são discretos na sua análise. <br/><br/>

19 de agosto de 2012 às 01:00

"Apesar da exposição solar induzir melhorias na psoríase, muitos doentes inibem-se de ir à praia para não sofrerem com o preconceito de mostrar a sua doença às outras pessoas, que a confundem erradamente com uma doença contagiosa", alerta Vítor Baião, presidente da PSO Portugal - Associação Portuguesa de Psoríase.

Para que não haja dúvidas, "a psoríase é uma doença inflamatória crónica, não contagiosa, auto-imune e sistémica, uma vez que afecta o organismo como um todo", explica Paulo Ferreira, coordenador da Unidade de Psoríase do Hospital Cuf Descobertas, em Lisboa.

Tendo em conta que esta patologia se caracteriza pela aceleração da maturação ou renovação das células da epiderme, levando ao aparecimento de uma camada espessa na superfície da pele, "o sol, em doses e duração adequadas, é benéfico porque ajuda na modelação das células" e na regressão e cicatrização das lesões, acrescenta o dermatologista. Assim, não há qualquer contra-indicação à exposição solar dos 125 milhões de pessoas com psoríase no Mundo, desde que sejam cumpridas algumas regras, tais como a aplicação de um bom protector solar, o resguardo nas horas de maior calor e a hidratação da pele. Recomendações que, na verdade, deveriam ser seguidas por todos, com ou sem psoríase.

"Em Portugal, pensa-se que existem 250 mil pessoas com psoríase, embora só cerca de 150 mil tenham sido efectivamente diagnosticadas. Só um terço dos doentes tem as formas mais graves da doença e são os que vão ao médico. Muitos não ligam, outros nem sabem o que é", concluiu Paulo Ferreira.

"DOENÇA TEM BASE GENÉTICA", Paulo Ferreira, Dermatologista na Cuf Descobertas

Correio da Manhã - Quais as causas da psoríase?

Paulo Ferreira - A psoríase tem uma base genética. No entanto, há factores que podem fazer com que esse gene se manifeste mais como as infecções na infância, os desequilíbrios imunológicos, má alimentação, a obesidade, tabaco, stress, o álcool e alguns medicamentos.

- Quando é que a doença se manifesta?

- Há dois picos de incidência. O primeiro aos 20/30 anos e afecta os que têm familiares com psoríase. O segundo pico, de menor incidência, acontece por volta dos 40/50 anos.

O MEU CASO: Filipe Garcia

"Tento ir à praia e apanhar sol"

A primeira mancha surgiu debaixo do mamilo direito, aos 17 anos, depois de Filipe Garcia ter participado numa corrida na ponte 25 de Abril, em Lisboa. "Pensei que pudesse ser uma irritação causada pela fricção da camisola mas, mais tarde, apareceu no braço esquerdo uma pequena mancha e aos poucos foram aparecendo em novas zonas", revelou o estudante, actualmente com 26 anos.

Por pensar que se tratava de uma irritação da pele que persistia em não passar, o diagnóstico de psoríase só foi feito cerca de um ano após o aparecimento dos primeiros sinais. "Após experimentar alguns cremes para o que se pensou ser uma irritação da pele que não passava, e com o aparecimento de algumas manchas pequenas no resto do corpo, contactei um dermatologista que me disse tratar-se de psoríase".

Hoje a doença já se espalhou pelos braços e pernas mas não limita os passos de quem luta por uma vida perfeitamente normal.

"Tento ir à praia, tomar banho e apanhar um pouco de sol, mesmo durante o Inverno, manter a pele bem hidratada e ter alguns cuidados com a alimentação. Evito carnes vermelhas, azeitonas, camarões e batatas fritas com sabores". "A melhor maneira de combater [a psoríase] é mostrar que não deixamos de fazer a nossa vida", concluiu.

Consultório CM, por Prof. doutor Eugénio Leite

Gosto de ler nos transportes públicos, mas tenho medo de que a leitura provoque lesões. Que riscos corro? Posso sofrer de descolamento da retina?

Anabela Santos, Matosinhos

Não. A leitura em si não provoca lesões nos olhos, nomeadamente, o descolamento de retina. Contudo, pode provocar ou agravar sintomas de astenopia, isto, é cansaço ocular, cefaleias, sonolência ou dificuldade em focar ou fixar o que se está a ler.

Sou míope com 5 dioptrias há 5 anos. Ouvi falar da cirurgia refractiva mas receio que algo corra mal. Esta cirurgia é segura?

João Rebelo, Covilhã

Este tipo de cirurgias para correcção dos erros refractivos, miopia, astigmatismo e hipermetropias são cirurgias seguras desde que se adeqúe o tipo de cirurgia a efectuar - laser excimer (LASIK) ou lente intra-ocular fáquica - às características anatómicas do olho e ao erro a corrigir, assim como ao perfil psicológico do doente. Os cuidados pós-cirurgia são essenciais e devem cumprir-se as indicações recebidas do seu médico oftalmologista.

Tenho familiares que sofrem de glaucoma e hipertensão arterial. Posso vir a desenvolver estas doenças? O que devo fazer?

Joana Guerreiro, Évora

Primeiro, é necessário perceber que, apesar de ambas significarem aumento de tensão (uma ocular e outra arterial), estas doenças não estão relacionadas. No entanto, a hipertensão arterial influencia a evolução do glaucoma. Quando temos familiares com glaucoma devemos ser cuidadosos na vigilância ocular pois há maior probabilidade de desenvolver um glaucoma. O mais importante é efectuar uma consulta de rotina, no mínimo anual, com um oftalmologista.

Uso óculos há cerca de dez anos mas gostava de usar lentes de contacto. Há contra-indicações?

Filipe Coelho, Guimarães

Em princípio, qualquer pessoa pode tentar usar lentes de contacto, mas deve efectuar previamente uma consulta com um oftalmologista pois existem contra-indicações. A ter em conta: problemas com lágrima (olho seco), doenças da córnea (queratocone, cicatrizes), alergias frequentes, blefarites (infecção das pestanas), astigmatismos altos.

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