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Primeiro dia de greve dos Sapadores de Lisboa com adesão até 90%

Apesar de vários quartéis e batalhões terem estado com 100% de adesão, os serviços mínimos, que abrangem todo o socorro, "foram garantidos".

17 de novembro de 2025 às 14:00

O primeiro dia de greve dos Sapadores Bombeiros de Lisboa registou uma adesão entre os 85% e os 90%, disse à Lusa o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP), lamentando a falta de respostas do município.

Os bombeiros do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) iniciaram hoje uma greve de, pelo menos, um mês devido a "problemas persistentes nas condições de trabalho", garantindo apenas os serviços mínimos.

"O primeiro dia de greve teve uma grande adesão muito significativa. Temos batalhões que estão 100%. Temos quartéis que também estão a 100%. Temos outros serviços que têm de ser garantidos e aí a adesão será mais limitada, mas até ao momento a nossa adesão à greve ronda entre 85% a 90% do efetivo, referiu à Lusa o presidente do SNBP, Sérgio Carvalho.

Segundo o sindicalista, apesar de vários quartéis e batalhões terem estado com 100% de adesão, os serviços mínimos, que abrangem todo o socorro, "foram garantidos".

"Estamos a falar de greve a simulacros, prevenções. Tudo o que é exercícios e atividades que não ponham em causa o socorro à população. Isto é uma greve de alerta, de um apelar à Câmara para que corrija estes problemas todos que nós estamos a alertar e temos identificado", ressalvou.

Sérgio Carvalho referiu que os problemas, "que se arrastam há anos", dizem respeito à "falta de equipamentos de proteção individual, escassez de viaturas e a "condições de habitabilidade inadequadas".

"Não estamos a pedir aumentos salariais. Estamos a pedir fardas dignas. Há casacos que custam 50 euros. Para um orçamento de milhões, isto são valores residuais", argumentou.

O sindicalista lamentou ainda o silêncio do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), ao pedido de reunião feito pelos sindicatos, admitindo que só ele poderá interromper a greve.

"Nós pedimos à Câmara, para suspender a greve e para isto andar para a frente, que se apresente, reúna connosco, nos diga o que é que está previsto. Ele [Carlos Moedas] é uma pessoa preocupada com o Regimento. Nós não queremos acreditar que ele está a par do que se passa na sua totalidade", apontou.

"Haja vontade política porque, se isto não for resolvido, nós vamos continuar com a greve. Vamos emitir novo pré-aviso de greve quando estiver perto de 17 de dezembro. Vamos continuar até estas questões serem resolvidas. Não podemos deixar os bombeiros com uma t-shirt ou com uma camisinha ao frio, com o equipamento usado, ou com o equipamento já utilizado de outros, ou em mau estado, ou mesmo a falta dele, para prestar o socorro à população", salientou.

A Lusa contactou a Câmara Municipal de Lisboa, mas ainda não obteve nenhuma resposta.

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