Manifestação juntou cerca de mil docentes em Lisboa.
Cerca de mil professores desceram ontem a avenida da Liberdade, em Lisboa, numa manifestação contra a municipalização do ensino, mas onde muitos dos participantes confessaram estar cansados de um sistema de ensino que classificam de burocrático e com uma crescente falta de professores.
"Estou nesta manifestação porque está tudo errado", disse Sandra Gomes, 42 anos, professora de História em Sever do Vouga. "Não há método de ensino capaz de funcionar com turmas com 30 ou 33 alunos. As crianças não conseguem aprender", afirma. Ao que acrescentou: "a solução é só uma e passa por contratar mais professores."
Uma posição partilhada por Vítor Godinho, professor em Coimbra, que defende "faltarem 40 mil professores no sistema de ensino". O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, adiantou que nos últimos quatro anos o número de professores reduziu na ordem dos 30% e o número de alunos em 10%. Entende o dirigente sindical que, "apesar de o Governo ter contratado quatro mil professores, há um défice de 40 mil".
A manifestação de ontem ficou marcada também pelo aproximar das eleições legislativas. Mário Nogueira afirmou que os professores possuem um conjunto de reivindicações e que cabe agora aos partidos "assumirem compromissos".
Os professores reclamam a reposição dos salários vigentes antes da chegada da troika e o fim da política de municipalização do ensino, onde a gestão das escolas passa para a esfera das autarquias. Exigem também um regime especial de aposentação, após 36 anos de descontos, perante o desgaste profissional a que os professores estão sujeitos.
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Clique para aceder à rubrica com a opinião de Octávio Ribeiro, diretor do CM, sobre este tema: Mineiros sem ouro
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