Mais de 30 pessoas em situação de sem-abrigo recorreram ao plano ativado na cidade durante o período das fortes chuvas da última semana.
A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), considerou esta segunda-feira"claramente insuficiente" a resposta da Câmara de Lisboa às pessoas em situação de sem-abrigo nos momentos de intempéries, alertando que, "possivelmente, muitas delas ficaram doentes".
"Não estão a ser criadas respostas com a dimensão necessária para responder a este problema", afirmou Carla Madeira, em declarações à agência Lusa, criticando o plano de contingência da Câmara de Lisboa para pessoas em situação de sem-abrigo que solicitem acolhimento de emergência devido ao mau tempo.
Esse plano de contingência foi ativado na terça-feira, no mesmo dia em que a autarca do PS manifestou preocupação com a falta de resposta da autarquia às pessoas em situação de sem-abrigo, que não têm casa para se abrigar do mau tempo.
Esta segunda-feira, a Câmara de Lisboa informou que se mantém ativa esta resposta de emergência, face à previsão de agravamento do estado do tempo com forte precipitação de chuva para os próximos dias, revelando que "mais de 30 pessoas em situação de sem-abrigo" recorreram ao plano ativado na cidade durante o período das fortes chuvas da última semana.
"Não podemos fazer comunicados e dizer que estão a ser dadas respostas e não haver um esforço para levar essas pessoas para essas respostas [...]. Essas 30 pessoas não correspondem à realidade das pessoas que estão a dormir na rua [...] 30 pessoas são as que dormem no Campo das Cebolas ou junto ao Cais Sodré", indicou a autarca do PS, lembrando que existem entre 400 a 500 pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa.
Considerando que a resposta da Câmara de Lisboa, sob a presidência de Carlos Moedas (PSD), "é claramente insuficiente", a presidente da junta disse que "não está a haver um esforço de mobilização para levar estas pessoas para as respostas existentes".
"É preciso haver um grande esforço de mobilização. Estas pessoas, nem todas, vão lá pelo seu pé. Estas pessoas não têm Facebook, a maior parte delas. Temos que ver que são pessoas que dormem na rua, que não têm televisão, que não têm acesso aos meios de comunicação que qualquer cidadão normal tem. Além disso são pessoas com fragilidades", declarou Carla Madeira, criticando a ideia de que têm de ser as pessoas em situação de sem-abrigo a solicitarem acolhimento de emergência devido ao mau tempo.
A socialista alertou para a situação difícil das pessoas sem-abrigo que perderam os bens que utilizam para dormir na rua, devido à chuva forte e persistente da semana passada, e indicou que, "possivelmente, muitas delas ficaram doentes", referindo a notícia de um homem sem-abrigo que foi encontrado morto este sábado na Praça do Martim Moniz.
"Não vejo uma resposta concreta e firme para estas pessoas", reclamou a autarca do PS, propondo uma solução semelhante à que foi dada no passado com as vagas de frio, em que "havia uma mobilização muito grande entre a câmara e entre as diversas associações, para levar as pessoas para esses centros", pavilhões da cidade que eram disponibilizados para albergar a população sem-abrigo.
"Estes pavilhões não albergam só 30 pessoas, albergam muito mais pessoas", apontou Carla Madeira, defendendo "uma resposta em massa" e lamentando a falta de articulação da câmara com as 24 juntas de freguesia da cidade.
Segundo a Câmara de Lisboa, os mais de 30 pedidos de auxílio de pessoas em situação de sem-abrigo aconteceram no espaço de 48 horas, entre os dias 13 e 15, além de que desde o dia 08 foram também encaminhados para diversos centros de acolhimento 47 migrantes timorenses, que têm estado a pernoitar nas ruas da capital.
"Em coordenação com o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) de Lisboa, continuam a existir vagas no Centro de Acolhimento e Emergência Municipal de Santa Bárbara, no Centro de Alojamento de Xabregas e no Centro de Acolhimento do Beato, num total de 45 camas disponíveis para quem solicitar apoio ou seja identificado pelas equipas de rua", informou a câmara, referindo que as pessoas têm acesso a cama, refeições quentes, higiene e cuidados de saúde.
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