Segundo a empresa, o terminal está no limite da sua capacidade operacional e física.
A Rede Expressos assegurou esta quinta-feira manter a recursa de novos operadores no Terminal de Sete Rios, em Lisboa, do qual detém a concessão, sublinhando que este atingiu o limite da sua capacidade operacional e física.
A FlixBus estimou esta quinta-feira perdas de 12,5 milhões de euros em 2024 devido ao impedimento de acesso ao terminal de Sete Rios, apesar de uma decisão do regulador que reconhece o acesso da multinacional, ainda por aplicar.
"A Rede Expressos, detentora da concessão do Terminal Rodoviário de Sete Rios, considera que o acesso de novos operadores a este espaço, nas atuais condições não é viável e colocaria em causa a segurança de passageiros trabalhadores e bens", apontou, em comunicado, vincando que mantém a recusa de acesso a novos serviços, nomeadamente os que foram propostos pela FlixBus e BlaBlaCar.
Segundo o gerente da Rede Expressos, Martinho Costa, o terminal de Sete Rios está no limite da sua capacidade operacional e física, não tendo assim condições para acolher mais horários e operadores, sem comprometer a segurança e a qualidade do serviço.
Conforme detalhou, este terminal não tem espaço adicional para a circulação ou estacionamento seguro.
A Flixbus propôs a introdução de 96 novos horários e a BlaBlaCar outros 12.
A empresa referiu que, em momentos de maior afluência, o terminal registou um "congestionamento severo", com viaturas estacionadas irregularmente.
Por outro lado, citou um estudo do Instituto Superior Técnico, realizado por Carlos Oliveira Cruz, que conclui que o terminal já atingiu os seus limites operacionais, sendo desaconselhável qualquer aumento de carga.
A isto acresce o facto de o terminal já não cumprir integralmente as normas da Infraestruturas de Portugal, nomeadamente nas ligações ao eixo Norte-Sul.
"O terminal de Sete Rios foi concebido como solução provisória em 2004, encontrando-se hoje altamente desajustado face à procura, apesar dos investimentos realizados neste bem público durante décadas por parte da empresa", acrescentou.
A empresa disse ainda que, segundo a lei, quando o terminal está esgotado deve ser indicada uma alternativa, sendo essa a Gare do Oriente, na qual "apenas cerca de 30% das suas linhas" são atualmente utilizadas pela FlixBus.
A Rede Expressos recorreu da decisão da AMT -- Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que determinava a abertura do terminal a novos operadores.
"O impedimento atual não é, de forma alguma, de natureza comercial, mas exclusivamente de cariz técnico e de segurança", assegurou.
Contudo, ressalvou que outros operadores presentes no mercado português não têm investido em infraestruturas próprias e em equipas de apoio, "limitando-se a atuar de forma concentrada em alguns fluxos turísticos".
Esses operadores, segundo a Rede Expressos, dispõem de recursos significativos para ações mediáticas e campanhas "que procuram transmitir uma imagem de vitimização, sem correspondência com a realidade operacional no terreno".
A empresa notou ainda que a estratégia da FlixBus, em países como Alemanha, França e Itália, tem passado por tentar dominar a totalidade do mercado, "com o consequente controlo de preços e redução da diversidade da oferta".
A FlixBus, que entrou em Portugal em 2017, registou um volume de negócios de 90,6 milhões de euros em 2024, pelo que as perdas estimadas com o que chama de "bloqueio ilegal" ao acesso ao terminal de Sete Rios, "o maior e mais importante" do país, representam quase 15%.
"Isto representa um dano económico enorme para a FlixBus, mas também afeta os passageiros, que se veem forçados a viajar em condições piores do que podiam", afirmou Pablo Pastega, acusando a Rede Expressos (detida maioritariamente pelo grupo Barraqueiro) de "monopólio".
Em 2023, a FlixBus apresentou uma queixa formal à AMT por recusa de acesso ao terminal de Sete Rios, operado pela Rede Nacional de Expressos, e, em maio, o regulador determinou o acesso equitativo e não discriminatório àquela infraestrutura.
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