Octapharma faturou 199 milhões de euros ao Estado desde 2009.
Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) gastaram, em 2014, 54,9 milhões de euros na compra de derivados do sangue e plasma, um produto sanguíneo, segundo dados do ministro da Saúde, Paulo Macedo, apresentados ontem à Comissão Parlamentar da Saúde.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a empresa que mais faturou no ano passado com a venda dos derivados do sangue e plasma ao SNS, no valor de 24,7 milhões de euros, foi a Octapharma, empresa na qual trabalhou o ex-primeiro-ministro José Sócrates. O negócio permitiu à empresa faturar ao SNS, desde 2009, um total de 199,4 milhões de euros.
Paulo Macedo pretende que o SNS adquira o plasma do sangue de dadores portugueses. Para isso, lançou na terça-feira um concurso de derivados de sangue, decorrendo um processo para aproveitar plasma para fabrico de medicamentos. Paulo Macedo salvaguardou que nunca será possível utilizar totalmente o plasma.
Já o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, referiu que Portugal é "autossuficiente" na quantidade de plasma. "Temos uma quantidade excedentária e temos armazenadas 200 mil unidades de plasma: as necessidades rondam as 72 mil a 77 mil unidades." O plasma armazenado tem uma validade de três anos, ao fim dos quais será destruído. Numa das sete mil unidades de plasma enviadas à Octapharma, foi detetado o vírus da hepatite E, uma situação que "não tem risco de provocar doença", segundo o gabinete de comunicação do Instituto Português do Sangue e da Transplantação.
No Parlamento, Paulo Macedo afirmou ainda que quer aumentar "em breve" de cinco para 16 o número de clínicas convencionadas com o SNS para o aumento do número de colonoscopias, na região de Lisboa e Vale do Tejo.
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