Segundo o autarca de Sintra, Basílio Horta, o perfil de pessoas em situação de sem-abrigo é maioritariamente "do sexo masculino, entre os 45 e 64 anos e de nacionalidade portuguesa".
O município de Sintra tem referenciadas 297 pessoas em situação de sem-abrigo, das quais 71 vivem na rua por recusar integração proposta pela câmara, que defende respostas articuladas do Estado central e da área metropolitana, disse esta terça-feira fonte oficial.
"No concelho de Sintra encontram-se referenciadas 297 pessoas a viver em situação de sem-abrigo, das quais 83 em habitações precárias ou indignas, viaturas ou autocaravanas, 143 sem casa em centros de acolhimento, pensão ou quarto, e 71 na rua por recusa de integração em resposta de acolhimento", indica o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), numa nota enviada à Lusa.
Segundo a autarquia, o perfil de pessoas em situação de sem abrigo é maioritariamente "do sexo masculino, entre os 45 e 64 anos, nacionalidade portuguesa", com o 1.º, 2.º ou 3.º ciclo de escolaridade, "encontra-se nesta situação há menos de seis meses, sem rendimentos ou com prestações sociais", e o motivo para a situação vulnerável reside principalmente em "insuficiência económica, despejo, desalojamento ou rutura familiar".
As pessoas referenciadas, isoladas ou integradas em agregado familiar, "são acompanhadas pelas equipas de emergência do município e estão sinalizadas no âmbito da Estratégia Local de Habitação de Sintra para resposta habitacional de caráter permanente", é referido na nota.
"Não será viável a construção de uma estratégia metropolitana na área das pessoas em situação de sem-abrigo se não existir um pacote de assistência técnica e financeira disponibilizado pelo Estado central aos municípios", defende a autarquia na nota.
Esse pacote de financiamento, acrescenta, serviria para "financiar as respostas de alojamento urgente e temporário, habitação permanente e outras medidas de política pública na área de inclusão das pessoas sem-abrigo".
Para o município de Sintra, a responsabilidade pela erradicação da pobreza e da exclusão social, que conduzem a situações de sem-abrigo, é uma responsabilidade coletiva "do Estado central, dos municípios, das empresas e da sociedade em geral".
Nesse sentido, a articulação entre o Estado central e os municípios "é essencial e pode ser sempre aperfeiçoada", nomeadamente com a clarificação do papel de cada entidade no quadro da intervenção social.
O município presidido por Basílio Horta "responde de forma positiva" a um apelo do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), para uma solução urgente para o problema das pessoas em situação de sem-abrigo, "mas entende que a reflexão e a abordagem conjunta sobre a construção de uma estratégia de nível metropolitano para dar resposta à problemática" devem ocorrer "no quadro" da Área Metropolitana de Lisboa (AML).
O presidente da autarquia lisboeta convidou os municípios da AML para uma reunião em 10 de maio, sobre a problemática das pessoas em situação de sem-abrigo, mas a agenda do executivo municipal de Sintra nessa data "não permitiu que se fizesse representar".
No entanto, o vereador sintrense da Solidariedade e Inovação Social, Eduardo Quinta Nova (PS), tinha reunido em Sintra, em janeiro, com a vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Sofia Athayde (CDS-PP), a pedido da autarca de Lisboa, "precisamente para discutir a situação das pessoas sem-abrigo e das possíveis parcerias para o desenvolvimento de respostas de nível metropolitano".
O município de Sintra, adianta o presidente sintrense, expressou "a sua disponibilidade para esse efeito e o entendimento de que esta matéria deveria ser assumida e tratada pelos órgãos próprios da Área Metropolitana de Lisboa".
"O município de Sintra está, como sempre esteve, disponível e motivado para participar e contribuir na resolução dos desafios que a AML enfrenta", salienta Basílio Horta, considerando que a problemática das pessoas sem-abrigo deve merecer, da área metropolitana, "uma especial atenção com vista à sua erradicação, independentemente da intensidade com que este fenómeno se coloca em cada município".
A autarquia sintrense manifesta disponibilidade para discutir e equacionar, no quadro da AML, "as fontes de financiamento de uma estratégia metropolitana neste domínio, que, forçosamente, terá de contar com a intervenção do Estado central".
O impulso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no domínio da construção de novas respostas de alojamento urgente e temporário ou permanente, inseridas nas Estratégias Locais de Habitação, bem como o esforço de articulação entre a administração central e local na gestão dessas respostas, "irá exigir o aperfeiçoamento e estreita ligação" entre o Estado central e os municípios, acrescenta.
No encontro dos presidentes das câmaras de Lisboa, Cascais e Oeiras -- Almada, Barreiro e Seixal fizeram-se representar por vereadores ou técnicos --, defendeu-se a criação de uma 'task force' e de centros de acolhimento para integrar as pessoas em situação de sem-abrigo na área metropolitana, medidas que têm de ser consensualizadas com as restantes autarquias.
A AML é constituída pelos municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.