Companhia aérea nacional diz que ordem judicial apresentada pelos donos de Tedy "violaria o manual de operações de voo".
Uma enorme confusão envolvendo a companhia aérea TAP, um oficial de justiça, a Polícia Federal brasileira e uma passageira que pretendia embarcar com um cão na cabine, junto a si, provocou, este sábado, o cancelamento de um voo daquela empresa portuguesa que sairia do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Lisboa. A partida do voo da TAP estava prevista para as 15h 40 locais, 19h40 na capital portuguesa, mas a empresa aérea optou por cancelar o voo para não ter de cumprir uma ordem judicial que a obrigava a levar o cão junto à dona.
Tedy é um cão de serviço especializado em dar suporte emocional a uma menina de 12 anos que sofre de espectro autista e vive em Lisboa há um mês e meio. A menina, separada do seu animal de estimação e de suporte há várias semanas, piorou bastante nesse período, e a irmã, Hayanne, depois de uma recusa inicial da TAP em transportar o animal em 8 de Abril, quando o resto da família viajou, conseguiu uma autorização judicial que obriga a TAP a deixá-la levar o cão a seu lado, pois o animal é sensível de mais para viajar tantas horas isolado no compartimento de carga, como a companhia aérea propôs.
“Só precisamos que eles deixem a gente embarcar. Preciso levar o Tedy até à minha irmã. Ela está mal, muito stressada. E o cão, neste periodo longe dela, já perdeu cinco quilos. ”Contava Hayanne, desesperada, enquanto representantes da TAP enfrentavam a Polícia Federal e o oficial de justiça recusando cumprir a ordem do juiz.
Não obstante essa ordem judicial obrigando a TAP a levar o cão na cabina, o gerente da empresa aérea portuguesa de serviço no aeroporto na tarde deste sábado voltou a recusar o embarque do animal, tal como a companhia já tinha feito em 8 de Abril, quando o pai da menina, um médico que se mudou para Lisboa, a criança e outros familiares embarcaram mas não puderam levar o cão. Por se recusar a cumprir uma ordem da justiça brasileira, o gerente da TAP foi autuado pela Polícia Federal, mas a empresa, segundo as informações avançadas à imprensa, manteve-se irredutível e preferiu cancelar o voo do que cumprir a ordem do juiz.
No Brasil, dependendo da situação, é possível viajar com o animal de suporte ou mesmo só de estimação ao lado dentro da cabina, e não dentro de uma caixa acondicionada no compartimento de carga, o que já causou diversos problemas e até a morte de cães e gatos. Para piorar a situação, o certificado de vacinação internacional que permitia a ida de Tedy do Brasil para Portugal e que foi emitido em Abril, perde a validade este domingo e a família do cão vai ter de recomeçar todo o processo burocrático para conseguir uma nova autorização.
Contactada pelo CM, a TAP disse que a "prioridade número 1 da companhia será sempre a segurança de passageiros e tripulações". Por isso, a ordem judicial das autoridades brasileiras apresentada pela dona de Tedy "violaria o Manual de Operações da companhia, aprovado pelas autoridades competentes, e colocaria em risco a segurança a bordo". Desta forma, sustenta fonte oficial da companhia aérea nacional, "o voo a partir do aeroporto do Rio de Janeiro foi cancelado". "Foram dadas alternativas de transporte para o animal, não aceites pelo tutor. A pessoa que necessita do apoio do cão não estava no voo, e o animal iria acompanhado por uma passageira que não necessita do mesmo. A TAP lamenta a situação, que lhe é alheia, mas nunca poremos em causa a segurança dos passageiros, nem mesmo por ordem judicial", concluiu a mesma fonte oficial.
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