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Tuberculose com ligeira redução em 2024 após três anos de aumento

Morreram 1,2 milhões de pessoas com esta doença em 2024.

12 de novembro de 2025 às 14:44

Cerca de 10,7 milhões de pessoas adoeceram com tuberculose e 1,2 milhões morreram da doença infecciosa em 2024, uma ligeira redução a nível mundial, após três anos consecutivos de aumento.

Os dados constam de um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), esta quarta-feira divulgado, e que alerta que a tuberculose continua entre as 10 principais causas de morte em todo o mundo, mas o seu combate enfrenta um financiamento "extremamente inadequado e estagnado".

Em conferência de imprensa, a diretora do departamento da OMS para a VIH, tuberculose, hepatites e doenças sexualmente transmissíveis salientou que os números mostram uma evolução no combate à doença nos últimos anos, mas manifestou-se preocupada com os cortes no financiamento internacional.

"Os dados mostram que os esforços globais estão a começar a mudar a maré, com a incidência e as mortes por tuberculose a caírem pela primeira vez desde a pandemia de covid-19", realçou Tereza Kasaeva, adiantando ainda que 83 milhões de vidas foram salvas devido à prevenção e ao tratamento desde 2000.

Alertou, porém, que o financiamento global para a tuberculose está estagnado desde 2020 e que os cortes previstos a longo prazo podem resultar em cerca de dois milhões de mortes adicionais e mais 10 milhões de pessoas doentes entre 2025 e 2035.

Segundo o relatório, o número de pessoas que adoeceram diminuiu em 2024 pela primeira vez desde 2020, após três anos de aumentos -- 2021 a 2023 -, devido às interrupções nos diagnósticos e nos tratamentos provocadas pela pandemia da covid-19.

O total de 10,7 milhões de doentes com tuberculose no último ano representa uma ligeira redução de 1% em relação aos 10,8 milhões registados 2023, indica o documento, que estima que morreram da doença 1,23 milhões de pessoas em todo o mundo, menos 3% do que no ano anterior.

A tuberculose continua a ser um "grande problema de saúde pública global" e os progressos na redução da carga da doença "estão muito aquém das metas de 2030 na maior parte do mundo", avisa ainda a OMS, que reconhece que existem casos de sucesso em algumas regiões.

De acordo com a OMS, 87% das pessoas que desenvolveram tuberculose vivem nos 30 países com maior carga de doença, sendo os oito principais a Índia (25% do total mundial), a Indonésia (10%), as Filipinas (6,8%), a China (6,5%), o Paquistão (6,3%), a Nigéria (4,8%), a República Democrática do Congo (3,9%) e o Bangladesh (3,6%).

A redução líquida de casos entre 2015 e 2024 foi de 12%, "muito aquém das metas previstas" na Estratégia para o Fim da Tuberculose de uma redução de 50% até 2025 e de 80% até 2030, refere o documento.

Os dados indicam ainda que entre 2015 e 2024 a região africana da OMS conseguiu uma redução de 28% na taxa de incidência de tuberculose e de 46% no número de mortes, enquanto na Europa a diminuição foi de 39% dos casos e de 49% dos óbitos.

Segundo a OMS, uma das barreiras no acesso ao diagnóstico e tratamento da tuberculose são os custos enfrentados pelas pessoas com a doença, que ultrapassam, em algumas regiões do mundo, os 20% do rendimento familiar anual.

A organização realça também que, em agosto deste ano, havia 18 novas vacinas em diferentes fases de ensaios clínicos, quando em 2024 eram 15, assim como 29 medicamentos para o tratamento da tuberculose, um "aumento impressionante" em relação aos apenas oito que estavam a ser testados em 2015.

A tuberculose é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, que se transmite quando as pessoas doentes expelem bactérias para o ar, por exemplo, através da tosse e de espirros. A OMS estima que cerca de um quarto da população mundial tenha sido infetada.

Sem tratamento, a taxa de mortalidade é elevada - cerca de 50% -, mas com as terapias atualmente recomendadas pela OMS cerca de 90% das pessoas podem ser curadas.

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