Líder da UGT reiterou a disponibilidade para negociar logo após a paralisação, mas levanta dúvidas sobre a abertura negocial do executivo.
O secretário-geral da UGT diz-se "confuso" com a disponibilidade do Governo para negociar a lei laboral, questionando se não haverá "intenção de provocar" a central sindical para "uma rutura" e vê executivo "confortável" em levar proposta ao parlamento.
Em entrevista à agência Lusa, Mário Mourão considerou ser "uma prioridade" que a greve geral convocada para a próxima quinta-feira, em convergência com a CGTP, contra o anteprojeto do Governo de reforma da legislação laboral "tenha uma resposta adequada" e "firme" por parte dos trabalhadores.
O líder da UGT reiterou a disponibilidade para negociar logo após a paralisação, mas levanta dúvidas sobre a abertura negocial do executivo.
"É importante, a partir do dia 12 [de dezembro], quando nos sentarmos à mesa, saber se as partes continuam disponíveis ou não, para aprofundar o diálogo e a negociação coletiva porque, [depois] de tantas declarações que foram feitas neste período, começámos a ficar confusos se, de facto, não há aqui uma intenção de provocar a UGT para fazer uma rutura", questionou, referindo-se nomeadamente ao facto de a ministra ter dito que o Governo gostaria de manter as "traves mestras", apesar de dizer que está aberta ao diálogo.
"Da parte da UGT não há a ver rutura, só se for da parte do Governo", assegura o secretário-geral da UGT, sublinhando que só sairão da mesa negocial se forem "empurrados".
"E há muitas formas de empurrar o outro para sair: é dizer, 'olhe, estamos a perder tempo ou estamos aqui a não fazer nada. Acho que é melhor acabarmos com isto. Se isso surgir, não vai ser da parte da UGT", reiterou.
Mário Mourão afirmou ainda que "sente" o Governo "confortável" em submeter a proposta à Assembleia da República dado que "tem uma composição parlamentar que lhe permitirá provavelmente aprovar" o documento, disse, numa alusão à disponibilidade já manifestada pelo Chega para negociar as alterações.
"Mas quem o aprovar tem que assumir as consequências e as responsabilidades daquilo que está a fazer", avisa, defendendo que, o anteprojeto, tal como está "é mau para quem está no mundo do trabalho", mesmo tendo em conta melhorias em aspetos na questão da amamentação, da parentalidade ou do aumento de 14 para 15 dias na compensação por despedimento coletivo.
Apesar de sublinhar que é "muito diferente" o peso político que tem uma proposta ser levada ao parlamento com ou sem acordo na Concertação Social, Mário Mourão aponta que o "drama" não é esse.
"O que a UGT quer com esta proposta é que, se for possível, o documento que vá para a Assembleia da República seja um documento muito diferente do que aquele que está hoje em cima da mesa", explicou, lembrando o exemplo da Agenda do Trabalho Digno, que foi aprovada sem acordo na Concertação Social.
Caso a proposta se mantenha tal como está e seja aprovada, o secretário-geral desta central sindical promete que "a atitude da UGT, a partir desse momento, será muito diferente da que tem sido", escusando-se, no entanto, a explicar o que estará em cima da mesa e remetendo as decisões para "o debate interno" dos sindicatos filiados à UGT.
Para a UGT, a atual proposta do Governo é "ideológica" e não resolve os problemas que o mercado laboral e empresarial enfrenta, nomeadamente os baixos salários ou a necessidade de impulsionar as micro e pequenas empresas a ganhar escala.
"É uma proposta muito confortável para a entidade patronal", remata.
A CGTP e a UGT decidiram convocar uma greve geral para 11 de dezembro, em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral, apresentado pelo Governo.
Esta será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da 'troika'.
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