Entre 2014 e 2018, aumentou ainda o número de pessoas que não consulta o dentista há mais de dois anos.
1 / 3
Um em cada quatro inquiridos num estudo da Deco lavam os dentes apenas uma vez por dia e quase 10% não o faz diariamente, num país onde quase um terço da população só vai ao dentista em caso de urgência.
De acordo com o estudo da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) hoje divulgado, que envolveu cerca de 800 pessoas e decorreu em setembro do ano passado, apenas 13% conservam todos os dentes e 29% usa prótese fixa.
O trabalho da Deco, que ponderou os critérios de género, idade, nível educacional e distribuição geográfica, incluindo participantes entre os 18 e os 74 anos, refere ainda que 2% lava os dentes apenas uma vez por semana e são 65% os que cumprem a regra de lavar duas vezes por dia.
Ainda quanto à escovagem dos dentes, metade usa elixir e apenas 40% usa o fio dentário para retirar os restos de alimentos.
A maioria dos inquiridos que conservam todos os 32 dentes pertencem à faixa dos 18 aos 34 anos (38%), cerca de três em quatro têm, pelo menos, um dente restaurado e dois em cada três têm um dente desvitalizado, refere o estudo.
"A situação ocorre inclusive entre os mais jovens: são 60% no primeiro caso e 45% no segundo", acrescenta.
O estudo corrobora os dados do barómetro de saúde oral de 2018 quanto às idas ao dentista, indicando que apenas metade cumpre a recomendação da visita anual e a maior parte diz que não cumpre por razões financeiras.
"Dos que o fizeram, só 6% conseguiram vaga no público", indica a Deco, sublinhando que 92% fizeram o tratamento necessário no setor privado e lembrando que, nesta fatia, estão os que revelaram uma situação financeira crítica.
A Deco diz que esta situação "reforça a ideia de que o fizeram por não terem soluções no público", mas admite igualmente a hipótese de "um eventual seguro pago pela entidade patronal ter comparticipado a despesa".
"Um pouco menos de metade dos inquiridos que foram seguidos no privado beneficiaram deste tipo de apólices (44%), que, contudo, nem sempre pagaram a totalidade dos encargos. Metade dos que trataram ou fizeram limpezas aos dentes pagaram tudo do seu bolso", acrescenta o documento.
Segundo o barómetro de saúde em 2018, quatro em cada dez portugueses não vão ao dentista há mais de um ano e quase um terço da população diz que nunca vai ao dentista ou só vai em caso de urgência.
Entre 2014 e 2018, aumentou ainda o número de pessoas que não consulta o dentista há mais de dois anos.
O estudo da Deco diz que são sobretudo os homens e os participantes com baixo nível educacional quem mais desrespeita as recomendações e sublinha que "quem se posiciona nas faixas etárias mais jovens, homem ou mulher, tende a ser mais cumpridor do que os mais velhos (67% contra 56%)".
"A grande maioria dos incumpridores alegam ser muito caro, talvez porque o público não ofereça as opções necessárias", refere a Associação para a Defesa do Consumidor, que aponta os cuidados de saúde oral como "uma das falhas mais graves do Serviço Nacional de Saúde, apesar de experiências positivas como o cheque dentista".
"O sistema deveria prever consultas de acesso facilitado a qualquer cidadão -- o estudo também prova que os mais carenciados têm uma saúde oral mais deficiente", sublinha a Deco.
Atualmente, há cerca de uma centena de médicos dentistas distribuídos por 60 a 70 centros de saúde.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.