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Universidade de Vila Real avança na compreensão do Alzheimer

Estudo apresenta novas formas de diagnóstico e de tratamento.

10 de dezembro de 2014 às 10:55

Investigadores da Universidade de Vila Real anunciaram esta quarta-feira "avanços significativos" na compreensão da doença de Alzheimer, no âmbito de um estudo que apresenta novas formas de diagnóstico e de tratamento e foi premiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

O projeto está a ser devolvido há três anos e é coordenado por Romeu Videira, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), contando com a colaboração de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra e da Universidade de Aveiro.

Romeu Videira afirmou, em comunicado, que o projeto "desvenda novos mecanismos bioquímicos no cérebro subjacentes à doença de Alzheimer, que ocorrem antes do declínio cognitivo e antes das tradicionais marcas patológicas associadas à doença".

Esta investigação identificou também um "conjunto de alterações bioquímicas que ocorrem no tecido muscular esquelético e que se correlacionam com a progressão das alterações patológicas no cérebro, possibilitando o diagnóstico das diferentes fases da doença através de biopsias ao tecido muscular esquelético", acrescentou o investigador.

Ratinhos desenvolveram patologia

Para a realização do estudo foram utilizados "ratinhos geneticamente modificados, que desenvolveram a patologia de forma progressiva, tal como os pacientes humanos".

"Utilizando animais em idades pré sintomáticas e características de duas etapas da doença, a investigação desenvolvida mostrou que, muito antes de surgirem os primeiros sinais e sintomas da doença, ocorre uma deficiência nos processos de geração de energia ao nível das mitocôndrias, localizadas nos terminais dos neurónios, e estritamente associada a uma desregulação no metabolismo dos lípidos" afirmou o responsável.

Romeu Videira acrescentou que "este défice energético começa por comprometer a comunicação entre os neurónios nas regiões afetadas e, com o avanço da idade, expande-se promovendo o processo neuro degenerativo característico da doença".

Esta investigação mostrou também que a doença de Alzheimer não é específica do cérebro dado que, segundo explicou, "alterações metabólicas são também detetadas em tecido muscular esquelético".

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