Bastonário das Ordem dos Médicos Veterinários destacou ainda a "importância" da preservação da figura do pastor.
A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) abriu esta terça-feira uma conta bancária para juntar os contributos daqueles profissionais e da sociedade civil e ajudar o pastor de Arcos de Valdevez que ficou sem 68 cabras, mortas por um relâmpago.
"Ficamos todos muitos impressionados com esta notícia e gerou-se logo, da parte de muitos médicos veterinários, um movimento solidário. A Ordem deu expressão à vontade de muitos médicos veterinários que nos fizeram chegar as suas preocupações", afirmou hoje à agência Lusa o bastonário Jorge Cid.
Na sexta-feira, cerca das 15h00, um relâmpago matou 68 cabras de raça bravia de Dario Gonçalves de Lima.
O pastor de 53 anos andava com o rebanho, composto por cerca de 350 cabras, pelos montes de Gondoriz, em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo.
"Todas as pessoas que tiveram conhecimento deste caso ficaram chocadas com o facto inédito de uma morte destas causada por eletrocussão e logo de 68 cabras do mesmo pastor. É um caso um bocado fora do comum. Não me lembro de uma coisa destas", afirmou o bastonário OMV.
O responsável adiantou que "a morte destes animais significa uma perda económica direta de aproximadamente cinco mil euros, sem contar com as crias que estariam para nascer", uma vez que algumas das 68 cabras que morreram estavam prenhas.
Segundo Jorge Cid, "não é fácil de repor esta espécie por não existirem muitos exemplares da raça autóctone no mercado".
"Tem de ser feito também um esforço para conseguir arranjar criadores que tenham cabras desta raça para poder repor o efetivo perdido até ao dia 30, o prazo limite determinado pelo IFAP- Instituto de Financiamento da Agricultura para a contabilização do efetivo para a atribuição das ajudas financeiras", explicou.
Jorge Cid adiantou que, "não contando com os 68 animais que morreram, no dia 30, o pastor Dário Lima perde aproximadamente mil euros de ajudas diretas e não consegue candidatar-se às medidas agroambientais de apoio às raças autóctones".
"Nos próximos dois anos perde um valor aproximado de quatro mil euros. São dez mil euros de prejuízo provocado por um evento meteorológico inédito e que tem um impacto tremendo na atividade e condições económicas do Dário Gonçalves Lima", referiu.
O responsável justificou o lançamento da campanha solidária com "a tradição altruísta, solidária e benemérita" da classe dos médicos veterinários, "que ficou bem patente aquando dos fogos de Pedrogão Grande".
"Os médicos veterinários e quem o entender pode dar os seus donativos, que nós reencaminharemos para a compra do efetivo perdido. É um prejuízo grande para uma pessoa que vive disto e que tem um papel na sociedade, no meio rural, no equilíbrio da natureza", sustentou.
"Abrimos hoje a conta e já mandamos a informação para todos os membros da Ordem. Vamos abrir a iniciativa a qualquer pessoa que assim o entenda e que queira solidarizar-se com este pastor que perdeu o seu sustento", reforçou.
O bastonário das Ordem dos Médicos Veterinários destacou ainda a "importância" da preservação da figura do pastor.
"Cada vez há menos pastores em Portugal. São pessoas que têm uma vida muito difícil, extremamente dura, dedicam-se muito aos seus animais. Diria que vivem 24 horas com os seus animais, tratam-nos pelo nome, conhecem-nos um a um. Só quem conhece este espírito é que pode avaliar bem o desgosto que uma pessoa pode ter quando vê aqueles animais que se trata todos os dias com amor e carinho de repente, em frações de segundo, morrerem 68. É dramático", destacou.
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