País asiático comprou mais de 18 milhões de euros de vinho português durante o ano passado.
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Os vinhos portugueses estão a ganhar espaço no mercado chinês, afirmou à Lusa Thomas Costenoble, diretor do concurso de vinhos Concours Mondial de Bruxelles (CMB), cuja última edição decorreu este ano em Pequim.
Thomas Costenoble ressalva para vencer na China é necessário "paciência" e "promover" a marca.
"Portugal é um dos países que começa a ganhar espaço no dia-a-dia dos consumidores chineses", disse à agência Lusa Costenoble, à margem da 25.ª edição do CMB, evento que trouxe a Pequim 9.080 vinhos, oriundos de 48 países.
Na lista dos países europeus que em 2017 exportaram mais vinho para a China, encabeçada pela França, Portugal ficou no 4.º lugar, atrás de Espanha e Itália, segundo dados do centro de pequenas e médias empresas da União Europeia. A nível mundial, Portugal surge no 9.º lugar, logo a seguir à Nova Zelândia.
A mesma fonte detalha que, no ano passado, o país asiático comprou mais de 18 milhões de euros de vinho português, representando 2,6% em volume e 2,5% em valor das exportações nacionais do setor.
Thomas Costenoble lembrou, contudo, que Portugal enfrenta vários concorrentes no mercado chinês: "Devido a acordos bilaterais, proximidade, e às próprias características dos vinhos, o Chile, a Austrália e a Nova Zelândia têm posicionamentos muito fortes".
E explicou que "uma das grandes dificuldades para os europeus, é a falta de tempo e de paciência".
"Para vencer na China, é preciso criar relações humanas e despender tempo, antes de conseguir dar um passo e fazer negócio", afirmou.
O especialista apontou o caso da marca de vinhos espanhola Miguel Torres, cujas campanhas no país asiático "posicionaram" os vinhos de Espanha.
"São precisos meios de difusão e de transmissão para o fazer", notou.
A realização do CMB, este ano, em Pequim, foi uma estreia na Ásia, e ilustra a crescente importância do mercado chinês para o setor.
Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a China é já o quinto país em termos de consumo absoluto de vinho, a seguir aos Estados Unidos, França, Itália e Alemanha.
"O vinho hoje em dia [na China] já não é apenas comprado para oferecer ou misturado com bebidas doces, como era há 10 anos, mas sim para consumo mais regular e apreciador", notou Thomas Costenoble, que considerou que existe uma "verdadeira estratégia" e "vontade política" no país asiático para impulsionar o setor, por motivos "económicos, ambientais e de saúde pública".
"O governo quer diminuir o consumo do álcool e, por isso, tem de trazer outras soluções para os consumidores", explicou.
O teor alcoólico da aguardente de arroz 'baijiu', a bebida alcoólica tradicional na China, chega a superar os 60%. O vinho, tinto ou branco, está entre os 11% e 14%.
Por outro lado, "ao promover o desenvolvimento da indústria vitícola, a China consegue repovoar regiões que estavam praticamente desertas, devido ao abandono de algumas indústrias, nomeadamente a mineração, como é o exemplo da Mongólia interior [noroeste do país]", afirmou Costenoble.
De acordo com a OIV, a vinha chinesa aumentou 17.000 hectares, entre 2015 e 2016, para 847.000 hectares, convertendo-se no segundo país com maior área vinícola do mundo, a seguir a Espanha.
No Concours Mondial de Bruxelles, que decorreu entre 10 e 13 de maio, os vinhos de Portugal arrecadaram 324 medalhas, incluindo 17 de Grande Ouro e 115 de Ouro.
A edição do próximo ano do CMB terá lugar em Aigle, na Suíça.
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