O que é a Bluesky, a rede social que 'lucra' com a debandada do X de Elon Musk
Utilizadores descontentes com envolvimento do milionário nas eleições dos EUA procuram alternativas ao antigo Twitter.
O envolvimento do milionário Elon Musk nas eleições norte-americanas, com um apoio muito forte a Donald Trump, levou a que muitas pessoas e instituições começassem a questionar a rede social X (antigo Twitter), comprada em 2022 pelo magnata da Tesla.
Se muitos utilizadores já tinham criticado a deterioração das interações no X - com cada vez mais 'bots' e conteúdo explícito sem relação com o algoritmo dos internautas - muitos veem na relação Musk-Trump o derradeiro motivo para dizer adeus ao X.
Com maior expressão desde que foi conhecido o resultado das eleições e a posterior nomeação de Musk para líder do Departamento de Eficiência Governamental, o êxodo tem beneficiado a Bluesky, que nos últimos tempos tem recebido muitas pessoas vindas da rede social detida pelo magnata. Mas afinal, o que é a Bluesky?
Experiência semelhante ao X
Apoiada pelo ex-CEO do Twitter Jack Dorsey, a Bluesky era uma rede social exclusiva, onde só de podia entrar com convite. Destinada a receber quem procura uma alternativa mais leve e amigável, a rede social passou a ser aberta ao público em fevereiro.
A experiência de utilização não difere muito do X. Trabalhada mais afincadamente no período em que se destinava apenas a convidados, a Bluesky apresenta as publicações por ordem cronológica - de acordo com os perfis seguidos pelo utilizador - e dá também a hipótese de descobrir outros conteúdos ou seguir listas predefinidas de utilizadores (chamados "pacotes de iniciante").
Tudo se assemelha à rede social de Musk. Tal como no antigo Twitter, será possível enviar mensagens e fixar publicações.
Crescimento 'à custa' dos descontentes
A Bluesky disse em novembro que tinha alcançado 15 milhões de utilizadores, mais dois milhões em comparação com o mês anterior.
Mas esta não é a primeira vez que a rede social tem um aumento exponencial no número de contas registadas. Em agosto, quando o X foi banido do Brasil (na sequência de um braço de ferro entre o Supremo Tribunal Federal do Brasil e Musk) a Bluesky 'angariou' 2.6 milhões numa semana.
A 'nova' rede social tem captado muitos apoiantes, desde jornalistas a políticos ou celebridades (Lizzo, Barbra Streisand, James Gunn, Guillermo del Toro, Ben Stiller, Mike Flanagan, Weird Al Yankovic, entre outros), que se mostram interessados em fazer parte de uma comunidade sem discurso de ódio e com menos publicidade.
Apesar do crescimento da Bluesky, o X disse que depois das eleições nos EUA bateu recordes e dominou as conversas mundialmente. Certo é que desde que Trump ganhou a corrida à Casa Branca, a aplicação tem tido baixas de peso. O jornal britânico The Guardian foi a saída mais mediática, seguindo-lhe o espanhol La Vanguardia ou o clube de futebol alemão St Pauli.
Alternativas ao X com vida difícil
Nos últimos tempos têm sido várias as redes sociais a tentar capitalizar o descontentamento dos internautas com o X. A 'Threads', da dona do Facebook e do Instagram, mostrou-se como uma das mais sérias ameaças.
A aplicação que angariou mais de dez milhões de utilizadores (entre os quais alguns famosos) em apenas sete horas tem, atualmente, cerca de 200 milhões de utilizadores ativos por mês, mas nunca conseguiu destronar o X.
Essa missão difícil também não foi concretizada pelo Mastodon que, apesar de já ser de 2016, surge recorrentemente como resposta aos utilizadores descontentes com o antigo Twitter.
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