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Cerca de 70% dos gestores portugueses usa IA generativa

Estudo revela que gestores utilizam a tecnologia para fins como a pesquisa de informação, a escrita ou a sumarização de textos.

24 de novembro de 2025 às 07:30

Cerca de 70% dos gestores portugueses usa a IA generativa em contexto profissional, de acordo com o estudo "Os desafios dos gestores na adoção da inteligência artificial generativa" da AESE Business School e do Instituto Superior Técnico.

"Mas ainda estamos no início, tirar todo o partido, continuar a identificar oportunidades de uso, formar colaboradores e equipas, é o próximo desafio", lê-se no estudo, que indica que "à quantidade de uso deverá corresponder uma qualidade e valor acrescentado cada vez maior".

Os gestores inquiridos no estudo dizem que utilizam a IA generativa várias vezes por semana, com a maioria (56%) a indicar que a usa para pesquisa de informação, 46% para escrita e 43% para sumarização de textos.

Com o propósito da aprendizagem foram 39% a afirmar e 37% para análise de textos, enquanto 28% dos gestores inquiridos diz usar a IA generativa para geração de ideias, 24% para análise de dados e 18% em apoio à decisão.

"No futuro, o desafio é tirar todo o partido da tecnologia, continuar a identificar oportunidades de uso, formar colaboradores e equipas para que a quantidade de uso corresponda a uma qualidade e a um valor acrescentado cada vez maior", segundo o estudo.

Os gestores tendem a usar mais IA generativa nas empresas de maior dimensão e "os setores de atividade mais representados são finanças & banca, educação, TIC [tecnologias de informação e comunicação] e serviços profissionais".

"Nos setores menos expostos poderá ser necessário um maior esforço na adoção da IA Generativa", como a agricultura, construção, indústria, transportes e logística, restauração e alojamento, com iniciativas específicas de formação que mostrem as vantagens para diferentes casos de uso. Esta conclusão é coerente com o que se sabe sobre inovação: "as empresas de menor dimensão têm de fazer um esforço adicional", refere.

"Não se trata, necessária e unicamente, de um maior esforço financeiro, a generalidade das ferramentas possibilita um nível de acesso gratuito que, apesar das limitações, já permite obter valor", pelo que "será relevante ponderar a aquisição de licenças para, pelo menos, os colaboradores que mais possam beneficiar", adianta.

O ChatGPT (91%) é o modelo de IA mais utilizado pelos gestores, seguido do Copilot (55%) e do Gemini (27%).

"Todas estas ferramentas, e os modelos subjacentes, estão em grande dinamismo, com alterações frequentes, a melhor ferramenta para uma determinada tarefa pode ser ultrapassada de um dia para o outro", segundo o estudo, que diz que "vale a pena manter alguma atenção, e fazer algumas experiências com ferramentas diferentes" das habitualmente usadas.

Além das ferramentas comerciais, "há também um conjunto crescente de modelos 'open-source' [fonte aberta], que podem ser adaptados a necessidades mais específicas", de acordo com as conclusões.

Contudo, "ainda existe um longo caminho pela frente, ou seja, é necessário fomentar e reforçar a adoção de AI Generativa", sendo o mais importante mostrar a utilidade da tecnologia, por exemplo, através de formações práticas ou aplicações específicas do seu potencial, ajustadas às reais necessidades dos diferentes tipos de utilizadores.

O estudo foi conduzido por Jorge Costa da Silva, investigador da AESE Business School, Francisco Lima, professor associado de Engenharia e Gestão de Organizações do Instituto Superior Técnico, e Miguel Mira da Silva, professor catedrático de Sistemas de Informação do Instituto Superior Técnico, e foca a utilização individual.

"O próximo passo será a consideração da adoção corporativa, com a entrada da IA Generativa nos processos de negócio", segundo os autores.

No total, foram inquiridas 406 pessoas pertencentes à comunidade Alumni da AESE Business School, sendo que 45,8% desempenham funções de 'senior management' e 36,9% de 'top management', entre fevereiro e março deste ano.

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