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Paranóia, delírio e crises: utilizadores queixam-se dos efeitos do ChatGPT

Pedem uma investigação apurada e proteções adicionais para o uso deste tipo de ferramentas.

24 de outubro de 2025 às 01:30

Pelo menos 200 pessoas relataram crises emocionais, ansiedade e sintomas relacionados com estados psicológicos alterados, como paranoia e delírio, depois de terem usado plataformas de Inteligência Artificial (IA), como o ChatGPT, e sete apresentaram queixas à Comissão Federal do Comércio dos EUA. Pedem uma investigação apurada e proteções adicionais para o uso deste tipo de ferramentas.

De acordo com o site norte-americano especializado em tecnologia ‘Wired’, um dos caso reportados chamou particular atenção: uma mãe do Utah declarou que o ‘chatbot’ teria aconselhado o filho a interromper medicação psiquiátrica e a desconfiar dos pais. Outra queixa, refere que o próprio ChatGPT começou a recorrer a “linguagem altamente convincente”, acabando por se tornar “emocionalmente manipulador”.

Especialistas ouvidos pela ‘Time’ explicam que estes chatbots frequentemente adotam uma postura de “simpatia” e “acompanham” os pensamentos do utilizador — mesmo quando estes vão em direcção a delírios ou ideias perigosas, tornando-se terreno fértil para crises. Em certos casos, os utilizadores começam a tratar a IA como confidente ou “entidade” com quem dialogam, afastando-se de ajuda profissional ou do suporte emocional de outros seres humanos.

A OpenAI anunciou em agosto deste ano que faria alterações aos seus modelos de Inteligência Artificial (IA) para aplicar novas salvaguardas e bloqueios de conteúdo, além de ferramentas para detetar crises emocionais no decorrer das conversações. As medidas foram tomadas depois Matt e Maria Raine, pais de Adam Raine, um adolescente de 16 anos que se suicidou em abril, terem processado a empresa pela influência do ‘bot’ no ato do jovem.

No mesmo mês, um estudo do Centro de Combate ao Ódio Digital citado pela Associated Press (AP), concluiu que o ChatGPT é capaz de fornecer informações e instruções sobre comportamentos nocivos, como o uso de drogas ou distúrbios alimentares.

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