Gigantes valem agora menos 194 mil milhões de euros
Fuga de dados do Facebook foi revelada há um mês. Mas empresa de Zuckerberg não foi a que perdeu mais dinheiro.
Um mês depois do escândalo da fuga de dados do Facebook ter rebentado, os principais gigantes da internet começam, pouco a pouco, a recuperar das perdas em bolsa verificadas nas últimas semanas na sequência da crise de confiança provocada pela rede social de Mark Zuckerberg. Desde 17 de março e até ontem estas empresas tecnológicas perderam mais de 194 mil milhões de euros em capitalização bolsista.
Apesar de ter estado na origem do terramoto que se abateu sobre este mercado, o Facebook acabou por não ser a empresa que perdeu mais dinheiro. Esse título cabe à Google: perdeu 8,9% do seu valor, ou seja, mais de 56 mil milhões de euros.
De resto, a empresa que detém o maior motor de busca do Mundo foi também, neste período, atingida por um escândalo. É que 23 associações americanas acusaram o Google de, através do YouTube, recolher dados pessoais de crianças (sem conhecimento dos pais) e de os utilizar para direcionar publicidade.
Contudo, percentualmente, foi o Twitter que mais sofreu. Num mês perdeu quase 20% do seu valor. Em sentido contrário, a Microsoft foi a empresa que sentiu menos os efeitos da fuga de dados pessoais de milhões de utilizadores do Facebook para a Cambridge Analytica: perdeu apenas 1,8% do seu valor.
O escândalo do Facebook tem provocado ondas de choque um pouco por todo o Mundo e levou à abertura de investigações nos EUA e na Europa. Ouvido na semana passada no Congresso americano, Mark Zuckerberg, criador e presidente da rede social, assumiu a culpa pelos erros da sua empresa e prometeu que, daqui para a frente, haverá um "papel mais proativo para garantir que as ferramentas são usadas para o bem".
Entretanto, e pela primeira vez na sua história, o Facebook deverá assistir a uma queda no número de utilizadores este ano. O movimento #DeleteFacebook ganha cada vez mais seguidores.
SAIBA MAIS
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milhões foi o número de pessoas afetadas pela fuga de dados do Facebook para a Cambridge Analytica. Destas, cerca de 2,7 milhões vivem na União Europeia. Em Portugal, o número de utilizadores afetados poderá rondar os 63 mil.
Consultora britânica analisa dados políticos e trabalhou na eleição de Donald Trump. Acedeu aos dados dos utilizadores do Facebook e tem ferramentas para identificar traços de personalidade e influenciar o comportamento dos mesmos.
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