Inteligência Artifical põe em causa credibilidade do jornalismo
Clara de Sousa e Pedro Benevides vítimas de campanhas de desinformação.
Pedro Benevides viu a sua imagem manipulada com recurso a Inteligência Artifical (IA) numa notícia falsa. Nela, o jornalista afirmava que as as vacinas contra a Covid-19 “são mortais”. Também a jornalista da SIC Clara de Sousa foi visada numa campanha de desinformação: um vídeo falso mostrava-a a promover um medicamento que supostamente curava a diabetes. São casos de jornalistas portugueses que se tornaram vítimas da IA – algo que tem tendência a crescer, alerta um estudo da Universidade da Beira Interior. Segundo o mesmo, a utilização de IA no jornalismo levanta preocupações sobre a credibilidade da informação, a transparência na comunicação com o público, bem como a objetividade das notícias e os riscos de manipulação da informação.
À Lusa, a especialista em desinformação e doutoranda/investigadora do ISCTE-IUL Inês Narciso garante que é cada vez mais fácil e barato “espalhar pelas redes sociais uma campanha com danos reputacionais contra alguém”. Normalmente, estas campanhas de desinformação pretendem “descredibilizar as instituições e o sistema, minar a confiança do público nestas organizações”, sendo que o uso da imagem de jornalistas tende a aumentar a crença nas narrativas.
Inês Narciso considera que as plataformas digitais não estão a fazer o suficiente para sinalizar e remover estes conteúdos falsos e defende que o fenómeno pode vir a ter um efeito inesperado: “Poderá levar a um regresso às fontes tradicionais de informação, como a rádio, a imprensa e a televisão.”
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