Morreu o jornalista Nuno Roby Amorim aos 62 anos
Profissional da comunicação estava internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa. Em agosto tinha-lhe sido diagnosticado um cancro.
“Excessivo”, “expansivo”, “impulsivo” e “intenso” foram os adjetivos usados pelo jornalista João Villalobos para descrever o colega e amigo Nuno Roby Amorim, que morreu ontem, aos 62 anos, no Hospital dos Capuchos, em Lisboa.
Roby - que deu o alerta do incêndio do Chiado à TSF (vivia lá perto e testemunhou o início da tragédia) - era filho do também jornalista José Roby Amorim (1927-2013) e irmão da atriz Teresa Roby (1957-2002).
Nascido em Lisboa, a 19 de novembro de 1962, inscreveu-se na Universidade Lusófona para estudar Arqueologia, a que se destinava, mas desviou caminho e acabou por completar o primeiro curso de formação de jornalistas da TSF, no final dos anos 1980. Após três anos nessa rádio, mudou-se para as televisões: esteve dois anos na RTP; uma década na TVI; foi jornalista da SIC entre 2006 e 2008. Foi, ainda, correspondente do Euronews em França. Por três vezes lhe foi atribuído o prémio Gazeta: em 1989, 1991 e 1993.
Mas o espírito irrequieto levou-o a abandonar o jornalismo para abraçar a consultoria. Nesta área, trabalhou como assessor de imprensa na Embaixada de Marrocos em Lisboa, foi consultor de comunicação da Câmara Municipal de Lisboa e era, desde fevereiro de 2022, assessor de imprensa da Iniciativa Liberal. Em agosto do ano passado foi-lhe diagnosticado um cancro, doença que agora lhe roubou a vida. Até ao momento, desconhecem-se os pormenores das exéquias de Nuno Roby Amorim. À família enlutada, o CM expressa as mais sentidas condolências.
As cerimónias fúnebres têm lugar amanhã, dia 28 de janeiro, na Basílica da Estrela, em Lisboa. O velório decorre a partir das 17h com missa às 20h.
“Ajudou a modernizar a linguagem do jornalismo”, por Carlos Rodrigues
Conheci o Nuno Roby nos anos 90, no ‘Telejornal’ da RTP. Com a experiência radiofónica que trazia da TSF, ajudou a modernizar a linguagem do jornalismo televisivo.
Mais tarde, continuámos juntos na TVI, onde o Roby desenvolveu as qualidades de repórter puro, e aprofundou as de decisor de informação.
A cobertura da política nas televisões beneficia muito, ainda hoje, das inovações trazidas pelo Nuno Roby.
Culto, com um fino humor, estava sempre atento e tinha uma abordagem pedagógica aos jovens jornalistas nas redações de que fez parte e onde convivi com ele.
Recentemente tinha saído do jornalismo, mas ajudou sempre que pôde a CMTV, que lhe está muito reconhecida. A notícia de que estava doente chegou no outono e foi seguida, de forma fulminante, por este desenlace. Quero transmitir os mais sentidos pêsames às filhas e a toda a família.
Diretor-Geral Editorial Medialivre
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