Queda do império de Balsemão coloca Impresa à mercê de grupo italiano

Tem 40 milhões de património pessoal, construiu um dos maiores grupos de media em Portugal, a Impresa (dona da SIC e ‘Expresso’), mas o império de Francisco Pinto Balsemão já conheceu melhores dias. Em 2022, desfez-se do palacete da família na Lapa, onde viveu até casar, por 10 milhões de euros, e mais recentemente viu retomadas negociações para a venda da Impresa aos italianos do MediaForEurope (o segundo maior grupo da Europa), fundado por Silvio Berlusconi.

Em causa está um plano para salvar o grupo português. É a partir da sua casa na Quinta da Marinha que Pinto Balsemão acompanha, aos 88 anos, todos os desenvolvimentos de um negócio que é encabeçado pelo mais novo dos cinco filhos, Francisco Pedro Balsemão.

De acordo com a revista ‘Sábado’, as negociações decorrem desde o verão de 2024, tendo sido iniciadas por António Horta Osório, quando à data este era vice-presidente do conselho de administração da Impresa.

Para já, a intenção é a de manter a família portuguesa no capital e na gestão, mas o futuro pode vir a deixar a maioria do grupo nas mãos dos italianos, adianta ainda a mesma revista. Irónico é que, no seu livro de memórias, de 2021, Pinto Balsemão já escrevia que se chegasse o dia de perder o controlo preferia perder tudo.

Desde o início do ano que Francisco Pedro Balsemão tentava atrair capital português para injetar na Impresa, com a família Soares dos Santos (dona da cadeia Pingo Doce) a ter chegado a entrar nas negociações, mas o negócio acabou por cair.

A verdade é que atualmente os negócios lucrativos da Impresa não chegam para suportar o serviço da dívida que se agravou nos últimos anos, isto numa altura em que o grupo até está a tentar vender o seu edifício em Paço de Arcos.