TVI troca para empresa de sondagens que dá vantagem a Gouveia e Melo

A direção de informação da TVI/CNN encomendou uma sondagem à Aximage, empresa de Marco Galinha, com ligações próximas a Mário Ferreira, que deu vantagem ao Almirante Gouveia e Melo nas próximas eleições presidenciais, contrariando resultados anteriores elaborados para o canal por outra empresa concorrente, que davam o almirante - candidato apoiado por Mário Ferreira principal acionista da TVI - em queda nas intenções de voto.

O CM sabe que o trabalho foi uma encomenda pontual e não parte integrante de um contrato a médio ou longo prazo e que foi pedido diretamente pela direção de informação da estação de Queluz. A mudança resultou numa alteração significativa de resultados face a uma anterior sondagem elaborada pela Pitagórica, no âmbito de um barómetro mensal para a TVI, que analisava vários quadrantes da conjuntura política, entre os quais as presidenciais. Foi esta, aliás, a primeira prospeção a apontar a queda do Almirante nas intenções de voto.

O contrato com a Pitagórica, apurou o CM, foi interrompido, por deixar de fazer sentido face à convocatória de eleições legislativas para 2025. Todavia, esta mesma empresa foi depois contratada a elaboração das sondagens para as legislativas e para as autárquicas, mas não para as presidenciais.

Além de Marco Galinha como sócio-gerente (é uma das 90 empresas do grupo Bel), a Aximage tem como diretor-geral José Almeida Ribeiro, antigo secretário de Estado adjunto de Sócrates e antigo conselheiro de António José Seguro, que esteve envolvido numa polémica em 2020 por ter dirigido uma sondagem sobre as eleições do Benfica (que davam vantagem a Luís Filipe Vieira, do qual era, em simultâneo, conselheiro informal, segundo a revista Visão’). Um dos principais clientes da Aximage é Luís Bernardo, ex-jornalista que foi assessor de Sócrates e diretor de comunicação do Benfica, um dos fundadores da TVI e que também trabalhou com a Global media, concretamente na elaboração de um plano estratégico para o grupo a pedido do seu então CEO, José Paulo Fafe.