“Vamos ter ‘Walking Dead’ por muito mais tempo”

É um desejo dos fãs das duas séries, já expresso em fóruns online e noutras abordagens ao tema apocalíptico, mas o produtor executivo e o argumentista de Walking Dead e de Fear the Walking Dead têm resposta pronta. Quando questionados sobre a possibilidade das duas tramas e personagens se cruzarem a qualquer momento, a resposta é um rotundo "não".

"Não e a razão é que o primeiro Walking Dead está muito mais à frente em matéria de linha temporal. Nunca houve nenhuma conversação ou plano nesse sentido. Temos duas histórias em cantos opostos", sublinhou nesta quarta-feira o produtor Dave Erickson, em Los Angeles, na apresentação à imprensa da segunda série de Fear the Walking Dead, que estreia no próximo dia 11 de abril em Portugal (no AMC), e na qual o CM esteve presente.

Já Robert Kirkman, criador dos comics originais e responsável pelas adaptações para televisão do universo de zombies nos últimos seis anos, continua embrenhado no estilo e garante que o tema ainda tem muito para oferecer: "Tem sido um processo muito divertido. É divertido olhar para as coisas como um círculo completo mas, à medida que são lançadas as séries, continuo a escrever cada vez mais comics. Acho que nunca o vou deixar de fazer", diz sorridente.

"Sei que vamos ter por muito mais tempo, talvez durante décadas, este género. Não sei se a série vai aguentar todo esse tempo. Não tenho nenhuma intenção de parar", asseverou ainda Robert Kirkman.

A segunda série de Fear the Walking Dead é um projeto mais dispendioso porque estão a ser produzidos 16 episódios, quando a primeira teve apenas seis e a ação centra-se agora num barco e na possibilidade da ameaça vir da água.

"Temos a nossa visão da série e estamos sempre a tentar incluir novas ideias e elementos, como fazemos nesta segunda série com um barco e as cenas na água", refere o produtor executivo Dave Erickson.

O império contra-ataca

A segunda série ainda não se estreou, mas já se está a pensar na história possível para uma terceira temporada de Fear the Walking Dead. Dave Erickson admitiu-o neste encontro com jornalistas e olha para a atração do público pelo terror com curiosidade, defendendo que o fascínio pelo tema está na forma como cada um consegue "lidar com todos os seus medos e metê-los num mesmo lugar para depois aniquilá-los".

"As pessoas são fascinadas pela ideia de ‘e se?’ e ‘como é que sobreviveria?’", acrescenta.

Já Robert Kirkman sabe que criou um império a partir dos zombies, mas tenta ter uma visão descomplexada do poder que, aos 37 anos, já impôs na cultura popular. "Por vezes é aterrador: tenho duas séries a decorrer e às vezes penso como é que cheguei a algo tão grande. Às vezes penso nas centenas de milhares de pessoas que já leram os comics, nos milhões que já viram as séries e posso sentir-me encurralado e preocupado com isso. Por isso, tento não me focar nisso", conclui.