Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira prometem "restaurar a credibilidade" do grupo.
Os acionistas do Global Media Group (GMG) Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira afirmaram esta sexta-feira que foi o "manifesto incumprimento" de obrigações pelo World Opportunity Fund que impediu o pagamento de salários aos trabalhadores.
"Existe uma situação de manifesto incumprimento por parte do World Opportunity Fund, Ltd quanto a obrigações relevantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades da empresa", sustentam estes acionistas num comunicado.
No "esclarecimento aos acionistas" esta sexta-feira divulgado, Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira garantem que irão "recorrer a todos os meios ao seu dispor para exercer os direitos legais e contratuais que lhes assistem" e "de tudo fazer quanto estiver ao seu alcance para restaurar a credibilidade do GMG e das suas marcas, honrando a história do grupo".
Referindo que "têm acompanhado com atenção e grande preocupação" o anúncio do não pagamento de salários aos trabalhadores e prestadores de serviços do grupo, bem como as declarações relativas à atual situação financeira do GMG, os signatários asseguram que o processo de venda das participações ao World Opportunity Fund "decorreu com respeito de todas as regras de 'compliance' e de boa governança normalmente exigidas nesta tipologia de negócios".
Segundo salientam, foi, nomeadamente, realizado "um extenso e transparente processo de 'due diligence' económico-financeiro por parte do novo investidor".
No final de julho, o fundo de investimento World Opportunity Fund, com sede nas Bahamas, um chamado "paraíso fiscal", passou a deter 51% do capital social da Páginas Civilizadas, a qual controla, diretamente e indiretamente, 50,25% da Global Media e 22,35% da agência de notícias Lusa.
"Com a formalização da venda, a gestão executiva do GMG foi entregue a novos administradores e ao novo investidor, não tendo os signatários qualquer responsabilidade nas decisões executivas, entretanto tomadas pela nova administração", sustentam Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira.
Os acionistas manifestam ainda "a sua solidariedade" com todos os trabalhadores da GMG, que "contribuíram para a construção das maiores e mais respeitadas marcas de informação nacionais", e expressam a sua "firme intenção de defender os interesses da empresa e reverter a inusitada situação a que esta foi conduzida".
A Comissão Executiva do Global Media Group informou na quinta-feira os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é "extremamente grave".
"Apesar dos esforços desenvolvidos ao longo das últimas semanas no sentido de assegurar em tempo útil o processamento dos salários referentes ao mês de dezembro, a Comissão Executiva vê-se obrigada a informar todos os trabalhadores do Global Media Group não existirem, à data de hoje [28 de dezembro], condições que permitam o pagamento dos salários deste mês", lê-se numa comunicação interna, a que a agência Lusa teve acesso.
Para esta situação contribuiu, segundo a empresa, o "inesperado recuo" do Estado no negócio para a compra das participações que o grupo tem na agência Lusa, a "injustificada suspensão" da utilização de uma conta caucionada no Banco Atlântico Europa há seis anos e de "todo o aproveitamento político-partidário" feito em redor da Global Media.
A Comissão Executiva não se comprometeu com qualquer data para pagar os salários de dezembro, mas sublinhou que está a fazer "todos os esforços" para que o atraso seja o menor possível, e garantiu ainda estar a adotar medidas para garantir a sobrevivência e normalização de procedimentos, de modo que, a partir de janeiro, possam "salvaguardar a viabilização e s salvação das diferentes marcas" do grupo.
Também na quinta-feira, o Governo manifestou perplexidade com as dificuldades financeiras alegadas pelo GMG, lembrando a intenção de "investimento no jornalismo" do novo acionista, quando este entrou no grupo.
"Gera a maior das perplexidades que, após a entrada de um novo acionista num grupo económico -- a qual foi acompanhada de declarações de investimento no jornalismo --, se tenha passado rapidamente para afirmações de sentido contrário, que culminaram, no dia de hoje, no anúncio de que os salários do mês de dezembro não serão pagos na data devida", destacou o Ministério da Cultura, em comunicado.
No passado dia 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
Entretanto, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) garantiu que não vai hesitar em tomar novas diligências se subsistirem dúvidas sobre a titularidade do capital do fundo que detém a Global Media, a quem solicitou informações adicionais.
O programa de rescisões no GMG, que detém a TSF, Diário de Notícias (DN) e Jornal de Notícias (JN), entre outros, foi prolongado até 10 de janeiro, confirmou, na semana passada, à Lusa fonte oficial da administração.
Este programa estava previsto ter terminado na quarta-feira, 20 de dezembro, mas foi prolongado até início do próximo ano.
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