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Cenas de um casamento atribulado

À sexta é de vez. Hortense reencontra um namorado que se torna o seu sexto e último marido. A gravação da cena da novela da TVI, em Viseu, mobilizou elenco e figurantes

13 de abril de 2012 às 00:00

O humor é cada vez mais uma das marcas da ficção da TVI. De ‘Remédio Santo’ a ‘Doce Tentação’ ou ‘Morangos com Açúcar’, gravações às quais a Correio TV assistiu, a comédia é assegurada por algumas personagens dos enredos. No decorrer das gravações, a boa-disposição extravasa o plateau e contagia elencos e equipas técnicas.

Na Quinta da Ínsua, em Penalva do Castelo, onde Sofia Alves casou na vida real com Celso Cleto, em Agosto do ano passado, a actriz grava uma das cenas mais importantes do final da novela ‘Remédio Santo’, da TVI – o sexto casamento de Hortense. Na história, a personagem de Sofia Alves prepara-se para casar com Zé Olegário (Carlos Areia). Mas, antes de chegar ao altar, o noivo ausenta-se para ir à casa de banho. Minutos depois, é encontrado morto. "Descobre-se que foi assassinado pelo cão Chantilly, o companheiro inseparável de Hortense", revela Carlos Areia enquanto mostra as dentadas do pequeno canino. Na história reaparece Zé José, interpretado por Manuel Lourenço, com quem Hortense se tinha envolvido há muitos anos e que é o pai de Sebastião (Pedro Caeiro). O jardineiro aproveita a ausência do outro Zé e ocupa o lugar do noivo perante a estupefacção de Hortense. O diálogo entre o casal é aproveitado pelo padre (João de Carvalho), que o casa a correr porque "tem mais um baptizado e três funerais para fazer". "Esta cena é muito cómica e vai fazer rir muito as pessoas", garante João de Carvalho, "satisfeito" por ter sido convidado para participar em ‘Remédio Santo’, "uma novela muito bem conseguida", diz. Por seu lado, Sofia Alves conta à Correio TV que a sua personagem vai ter "um final coerente com o decorrer de toda a narrativa".

A actriz, que reside em Canas de Senhorim, concelho de Nelas, diz ter ficado "encantada" por ter interpretado Hortense, "uma mulher única que levou muito riso e alegrias à casa das pessoas que estão muito tristes devido à crise". "Só ao sétimo Zé [seis casamentos e um morto antes de dar o nó] é que a Hortense encontrou a felicidade", refere, elogiando a escolha de gravar na região de Viseu, "uma zona linda e com muita qualidade de vida".

Dias depois, nos estúdios da Quinta dos Melos, em Bucelas, o elenco despede-se da novela com três segredos por revelar: a identidade do assassino dos maridos de Hortense (ver caixa), do serial killer que dizimou várias personagens da história e ainda o que esconde Hortense por baixo da roupa. "O final está fechado a sete chaves. E para todos os segredos há mais do que um final. Nem a totalidade do elenco sabe quem são os assassinos. E para evitar fugas de informação só entregamos os textos finais aos actores envolvidos nas cenas. Além do mais, as cenas têm códigos que só eu e o Hugo Sousa, coordenador do projecto, conhecemos", diz António Barreira.

A poucas horas das gravações das últimas cenas de ‘Remédio Santo, o autor é um homem "satisfeito" com o desempenho da sua novela: "A proposta inicial era escrever uma história diferente do que estava habituado e que eram as tradicionais novelas urbanas, com os problemas da grande cidade. Depois do Emmy quis ir para o realismo fantástico e para o absurdo, uma história onde tudo fosse possível. A TVI deu-me luz verde e temos uma história com santos, diabos, coveiras e funerárias, polícias incompetentes, políticos corruptos... o retrato deste País. É preciso brincar com a nossa realidade."

Entretanto, no estúdio, Aurora (Sara Barradas) suplicava a Helena (Rita Pereira) que lhe devolvesse o filho Gabriel. Violante (Margarida Marinho) decide internar a filha, mas esta finge desmaiar para evitar ser levada para o hospício. Eugénia assiste à cena, impotente.

"Foi a novela mais longa que fiz. Foi uma verdadeira maratona. Mas estamos a acabar um produto que nunca perdeu a qualidade nem o interesse do ponto de vista das personagens", diz Margarida Marinho. Acerca do desenlace da sua personagem, a actriz fecha-se em copas e revela: "Há três finais escritos para a Violante".

Lourenço Ortigão, o actor que se destacou por interpretar Miguel, o jovem surdo filho de Violante, mostra-se feliz na véspera de se despedir do seu papel na novela da TVI: "Tive uma personagem fantástica! E o maior desafio foi descobrir como comunicaria um surdo com os ouvintes. Aprendi um pouco de língua gestual e fiquei com vontade de aprender um pouco mais sobre uma realidade que desconhecia antes de fazer ‘Remédio Santo’, acho que só me enriqueceria", confessa.

A despedir-se da sua Maria dos Caixões estava também Julie Sergeant, que faz um "balanço positivo" deste papel: "Achei este trabalho especial, talvez por ele ter uma forte ligação à comédia. Além disso, realço o bom ambiente que reinava dentro do estúdio. Isto foi fundamental porque esta equipa trabalhou cinco dias por semana, doze horas por dia, durante um ano". A actriz, que já foi recrutada para integrar outra novela da TVI, sublinha ainda a "continuidade da ficção da Plural" que se reflecte nas novelas que são "cada vez mais consistentes e fortes". "A ficção da Plural melhora todos os anos", conclui.

Outro dos nomes do elenco é Pedro Carvalho, o pastor de ‘Remédio Santo’, que sublinha à Correio TV que arriscou "muito" nesta novela: "Fazer o Ângelo obrigou-me a um trabalho de composição com mais complexidade e densidade dramática. Este pastor foi uma personagem completamente diferente das que tinha representado", conta o actor.

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