A edição de hoje
Não há quem fique indiferente à lenda sobre a união de Pedro e Inês, um amor para lá da morte, maior até do que ‘Amor de Perdição’, de Camilo Castelo Branco.
Por isso, não é de espantar que Moita Flores, autor de mais esta série histórica, se emocione ao lembrar o tempo recorde em que escreveu ‘Inês, Rainha de Pedro’ (nome provisório), dois meses em que quase não se levantou da cadeira para ultimar mais esta “encomenda da RTP à Antinomia (a produtora de Moita Flores e da esposa, Filomena Gonçalves), integrada nas comemorações dos 650 anos da morte de Dona Inês. “Estão ali algumas das cenas mais belas que alguma vez escrevi”, admite, ressalvando a modéstia.
E nem mesmo a inevitável efabulação dos factos históricos o demove do seu propósito: contar “a grande história de amor da História portuguesa. Pedro e Inês foram separados pelo homem, mas Deus tornou a uni-los, depois da morte”, sublinha o autor da série que João Cayatte, o mesmo de ‘A Ferreirinha’, realizará, e que a RTP pretende estrear em Setembro, em horário nobre.
As filmagens arrancam em Julho e passam por locais como Coimbra, Tomar, Porto de Mós, Óbidos, Guimarães e Leiria, muitos deles já avaliados pelo olhar acutilante da produtora Filomena Gonçalves. O apoio do Instituto Português do Património Arquitectónico(IPPAR) tem sido indispensável, como sublinha a produtora, que destaca ainda a “riqueza, elegância e minúcia de detalhes do guarda-roupa” como grandes trunfos desta produção.
O elenco ainda está por definir, mas Moita Flores promete qualidade, para não variar, na selecção dos actores, mais uma garantia para o aumento de audiências deste tipo de produções, aliada “à atenção da RTP com a promoção e fidelização de horários”. Ainda assim, Filomena não esquece que “o orçamento para este tipo de produções não aumentou”, ambicionando apoios financeiros mais desafogados.
‘Inês, Rainha de Pedro’ custa cerca de 1,75 milhões de euros (cerca de 350 mil contos), como contabiliza Moita Flores e “o orçamento da RTP não deverá ultrapassar um milhão de euros”. O restante será angariado através do apoio das autarquias envolvidas e até mesmo de entidades privadas. Tudo em nome deste “amor avassalador”, como frisa Filomena Gonçalves, “que até Constança (mulher de Pedro) acabou por compreender”.
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