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Os dois lados da fama

Das luzes da ribalta à pressão da imprensa, foi um caminho rápido e tortuoso. Ganhou fama com ‘Sex Appeal’, foi capa de todas as revistas, abriu a sua vida. Uma estratégia que lhe arrasou a imagem pública. Agora está na ‘Quinta’. Para voltar a levantar-se…

25 de março de 2005 às 00:00

Ex-modelo, ex-apresentadora de televisão, dona de casa, empresária e mãe de três filhos. Foi desta forma que Elsa Raposo se apresentou no arranque da segunda edição da ‘Quinta das Celebridades’, onde promete ser uma das concorrentes mais badaladas.

Sexy e sensual, aos 40 anos, continua a ser um nome incontornável entre as mulheres mais bonitas de Portugal. Nem sempre compreendida, Elsa Raposo já passou pelos dois lados da fama. Teve o seu auge quando apresentou ‘Sex Appeal’, transmitido pela SIC, mas desde o final do programa, em 2002, a sua vida pessoal tem sido capa constante nas revistas da especialidade.

Envolvida em vários romances, muitos atribuídos pela Comunicação Social, outros dados a conhecer por si própria, Elsa Raposo garante agora ter encontrado um ponto de equilíbrio.

Nascida em Lisboa, Elsa Raposo é a segunda filha do Coronel José Santos Raposo e de Maria de Lurdes, tendo vivido em Angola e, mais tarde, em Macau. Com apenas 15 anos, já de regresso a Lisboa, a concorrente deu os primeiros passos no mundo da moda, carreira na qual se fez notar dentro e fora de portas.

Isabel Queiroz do Vale, grande amiga da mãe Maria de Lurdes, não teve dúvidas quando a conheceu e convocou-a para fazer alguns trabalhos de fotografia. "Ela é a mulher que todos os fotógrafos sonham fotografar. Quando está à frente de uma câmara fotográfica, é qualquer coisa de extraordinário. A Elsa é um camaleão e um furacão", diz Eduardo Beauté, cabeleireiro e amigo de longa data da ex-modelo.

Após esta experiência, Elsa Raposo apostou forte na sua carreia como manequim e resolveu tirar o curso na reconhecida escola de modelos de Bryan McCarthy. Apesar do sucesso que estava a ter nas ‘passerelles’, o pai achou que Elsa devia salvaguardar o seu futuro longe do ‘glamour’ da moda, incentivando-a a tirar um curso de línguas e um de restauro. Só que as luzes da fama e da ribalta brilharam com mais intensidade, com Elsa a tornar-se numa das mais requisitadas modelos portuguesas, sendo eleita primeira dama de honor e Miss Elegância no concurso de beleza ‘Misses Europa’, realizado em Viena de Áustria.

Aos 27, já casada com Pedro Quadros, com quem manteve um relacionamento de quase 13 anos, Elsa Raposo resolveu dedicar-se a tempo inteiro à família. Três anos depois, em 1994, deu à luz o seu primeiro filho, Afonso, que pouco tempo depois viu nascer o seu irmão, Lourenço. Em 1996, Elsa Raposo tem o seu terceiro e último filho, Francisco . "Como mulher, a Elsa é mal compreendida. Ela é uma mãe excelente. Apesar de divorciada, mantém uma relação de amizade muito forte com o pai dos seus três filhos, mas tem uma imagem que não corresponde ao que realmente é" , afirma Beauté.

O FURACÃO ‘SEX APPEAL’

Reconhecida pelo seu trabalho no mundo da moda, Elsa Raposo tornou-se conhecida da generalidade dos portugueses aos 35 anos, quando aceitou ser a cara de ‘Sex Appeal’, um programa inovador da SIC, iniciado em 2000. O convite surge pelas mãos de Felicia Cabrita, Júlia Pinheiro e Joaquim Vieira que, em 2000, eram os proprietários da produtora Nanook, responsável pelo programa.

Em declarações à Correio TV, Emídio Rangel, à época director-geral da estação de Carnaxide, entrega a Júlia e Felícia os louros da ‘descoberta’ de Elsa. "Eu não a conhecia. Vi uma cassete da Elsa Raposo e aceitei-a com uma condição: que ela trabalhasse com uma terapeuta para corrigir a sua dicção. Ela tinha uma péssima dicção, pois comia sílabas", explica.

Aliás, Emídio Rangel vai mais longe e, numa análise às suas capacidades enquanto apresentadora de ‘Sex Appeal’, duvida da sua versatilidade: "A Elsa foi escolhida mais pela sua imagem do que pelas condições de desempenho. Para o programa que era, ela desempenhou bem o papel, mas não sei se é aproveitável para outro tipo de programas. Se tem esse arcaboiço ou essa capacidade".

Contactada pela nossa revista para este perfil, a jornalista Felícia Cabrita, ausente no estrangeiro, não se manifestou disponível para prestar declarações, mas adiantou que foi “Júlia Pinheiro que a descobriu”.

Diz quem a conhece, que o programa, ousado e irreverente, foi o momento de viragem na sua vida. "Era um programa atrevido, que a marcou muito e que deu a conhecê-la ao público português", afirma Beauté, reconhecendo também a dupla face de ‘Sex Appeal’: "Se ela tivesse começado a fazer outro tipo de programas, que aos olhos da sociedade seriam mais ‘sérios’, ela hoje poderia ser vista como uma Catarina Furtado. Como fez um programa atrevido, foi logo rotulada de fútil", lamenta.

PRIVACIDADE EXPOSTA

Com o fim do programa, Elsa Raposo não desapareceu do mapa mediático. E manteve-se na ribalta, embora pelas piores razões. Com a imagem de ter namorado atrás de namorado, os amigos reconhecem que "ela não soube salvaguardar a sua privacidade".

Eduardo Beauté, o amigo que a tem acompanhado nos bons e nos maus momentos, acredita numa reabilitação da imagem da ex-apresentadora com a sua entrada na ‘Quinta’. "Pode ser que ela consiga mostrar aos portugueses o que realmente é. Que não é uma mulher fútil, mas sim uma grande mãe. Ela é uma mulher muito bonita, com relações amorosas – umas que deram certo e outras que não – que não foram devidamente protegidas da comunicação social", refere o cabeleireiro”.

"Devido ao ‘Sex Appeal’, a Elsa ficou rotulada de mulher de muitos homens. Foi o ‘Sex Appeal’ que mudou a vida dela. Primeiro deu-lhe protagonismo. Era apenas uma mulher bonita, sensual e atraente. Depois, passou a ser vista de forma pejorativa. Se calhar nunca pensou que dessem essa leitura ao papel que interpretou no programa".

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