Com o filho ainda internado, Pedro Chagas Freitas fala do luto
Pequeno Benjamim luta contra uma doença rara.
Pedro Chagas Freitas voltou a recorrer às redes sociais para partilhar um desabafo. Com o filho Benjamim ainda internado no hospital, o escritor tenta arranjar forças em todo o lado. Contudo, nem sempre é fácil. Agora, recordou o pai, que morreu em março deste ano, e abordou a questão do luto.
, começou por escrever. "Desde que te perdi que muita coisa se foi perdendo, que os dias foram caindo como se fossem bombas, num campo minado que parece não ter fim. Aqui continuamos, em Coimbra, na luta, algures no espaço vazio, e perigoso, que se situa entre a coragem e o pânico, entre a fé e o desespero", contou.
"Não tive tempo de me ocupar da tua falta, e sinto tanto tanto a tua falta, meu amigo, meu companheiro de tudo. Preciso de ti. Preciso de te explicar o que sinto, a merda toda que tem acontecido por aqui. Às vezes, quando estavas mais pensativo, dizias a frase que eu precisava ouvir, fazias-me pensar mais fundo no que eu não estava a ver bem. Preciso de um abraço, de sentir as tuas costas no meio dos meus braços. Preciso que me digas 'vai correr bem, filhote', porque vai, porque tem de correr, porque o teu neto merece", continou.
"Morreste há pouco mais de quatro meses, pai. Dei hoje conta disso. Parei de repente no meio das escadas do internamento, a tua imagem apareceu inteira, como se caminhasses ao meu lado, como se subisses as escadas ao meu lado. É isso que fazes, foi sempre isso o que fizeste: subiste escadas, algumas íngremes, ao meu lado. Não vais deixar nunca de subir, de me empurrar se for preciso, de me puxar se for preciso", acrescentou.
, começou por escrever. "Não tive tempo de me ocupar da tua falta, e sinto tanto tanto a tua falta, meu amigo, meu companheiro de tudo. Preciso de ti. Preciso de te explicar o que sinto, a merda toda que tem acontecido por aqui. Às vezes, quando estavas mais pensativo, dizias a frase que eu precisava ouvir, fazias-me pensar mais fundo no que eu não estava a ver bem. Preciso de um abraço, de sentir as tuas costas no meio dos meus braços. Preciso que me digas 'vai correr bem, filhote', porque vai, porque tem de correr, porque o teu neto merece", continou. "Morreste há pouco mais de quatro meses, pai. Dei hoje conta disso. Parei de repente no meio das escadas do internamento, a tua imagem apareceu inteira, como se caminhasses ao meu lado, como se subisses as escadas ao meu lado. É isso que fazes, foi sempre isso o que fizeste: subiste escadas, algumas íngremes, ao meu lado. Não vais deixar nunca de subir, de me empurrar se for preciso, de me puxar se for preciso", acrescentou. "Desde que te perdi que muita coisa se foi perdendo, que os dias foram caindo como se fossem bombas, num campo minado que parece não ter fim. Aqui continuamos, em Coimbra, na luta, algures no espaço vazio, e perigoso, que se situa entre a coragem e o pânico, entre a fé e o desespero", contou.
"O meu pai morreu há pouco mais de quatro meses. Ainda custa dizer, ainda nem tive tempo para ouvir, para ler, para sentir, estas palavras na minha cabeça. Mais de quatro meses sem a tua pele, sem a tua voz. Nunca precisei tanto de ti como agora. Falo como posso contigo, todos os dias, no meio dos corredores do hospital, no quarto, à noite, quando o Benjamim adormece. Imagino o que me dirias, tento seguir os conselhos que penso que me poderias dar. Mais de quatro meses sem ti. Nem tive tempo de fazer o luto", começou por escrever. "Não tive tempo de me ocupar da tua falta, e sinto tanto tanto a tua falta, meu amigo, meu companheiro de tudo. Preciso de ti. Preciso de te explicar o que sinto, a merda toda que tem acontecido por aqui. Às vezes, quando estavas mais pensativo, dizias a frase que eu precisava ouvir, fazias-me pensar mais fundo no que eu não estava a ver bem. Preciso de um abraço, de sentir as tuas costas no meio dos meus braços. Preciso que me digas 'vai correr bem, filhote', porque vai, porque tem de correr, porque o teu neto merece", continou. "Morreste há pouco mais de quatro meses, pai. Dei hoje conta disso. Parei de repente no meio das escadas do internamento, a tua imagem apareceu inteira, como se caminhasses ao meu lado, como se subisses as escadas ao meu lado. É isso que fazes, foi sempre isso o que fizeste: subiste escadas, algumas íngremes, ao meu lado. Não vais deixar nunca de subir, de me empurrar se for preciso, de me puxar se for preciso", acrescentou. "Desde que te perdi que muita coisa se foi perdendo, que os dias foram caindo como se fossem bombas, num campo minado que parece não ter fim. Aqui continuamos, em Coimbra, na luta, algures no espaço vazio, e perigoso, que se situa entre a coragem e o pânico, entre a fé e o desespero", contou.
Recorde-se que o filho do escritor foi diagnosticado aos três meses com deficiência de alfa-1 antitripsina, uma doença genética hereditária que pode levar ao desenvolvimento de doenças pulmonares e/ou hepáticas. Depois de vários exames e tratamentos, a única hipótese viável era o transplante. Como os pais eram incompatíveis, fizeram um apelo nas redes sociais para encontrar um dador vivo. Entretanto, já foi operado e recebeu um novo fígado.
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