"E se ficasses viúva?". Irmã de Cláudio Ramos diz que ouviu uma voz antes de encontrar o marido morto
Meses antes do desaparecimento, Iara Ramos Nascimento partilhou uma experiência que a fez repensar a vida.
Iara Ramos Nascimento, irmã de Cláudio Ramos, desapareceu a meados de outubro, em Vila Boim, Elvas. Só passado uma semana é que a cabeleireira foi encontrada com vida, internada no hospital de Madrid, na ala psiquiátrica. Depois de dias de angústia e incerteza, Iara Ramos Nascimento já teve alta e já regressou a casa.
Em agosto, num intenso desabafo publicado no Instagram, Iara Ramos Nascimento abriu o coração sobre o que viveu nos últimos três anos, período marcado pela morte súbita do marido, Nuno Gama.
"Está-me a custar começar a falar… Eu sei o que tenho de dizer", começou por dizer, acrescentando: "Foi a experiência mais forte que tive na minha vida, que me fez repensar em tudo."
Apesar do receio de julgamentos, a cabeleireira garante que já não podia guardar o que aconteceu para si: "Tive necessidade de contar a pessoas que eram mais próximas. Acho que isso me prejudicou, acho que começaram a ver-me como uma alucinada, a maluquinha aqui do sítio... Mas pronto, estou-me a marimbar. Sinto que tenho mesmo que dizer."
No dia da morte do marido, ambos tinham combinado um petisco com amigos ao final da tarde. Ele parecia bem, animado, e ela estava a trabalhar no cabeleireiro quando, de repente, algo aconteceu: "Quando estava a lavar o chão… ouvi uma voz. Tipo como se fosse brincalhona. Veio de longe e começou… 'E se ficasses viúva? Ah, ah, ah, ah'. E desapareceu."
Sem compreender o que tinha acabado de ouvir, Iara não ligou e continuou a trabalhar. Mas ao entrar na sala, onde o marido descansava, ouviu uma outra voz: "Ouvi outra voz ao meu lado. Muito calma e serena, disse-me: 'Olha com atenção'." Foi então que se apercebeu do pior: "Os olhos já estavam sem vida."
No meio do relato intenso, Iara Ramos Nascimento denunciou a frieza com que as viúvas são tratadas: "Isto está feito de uma tal maneira que a gente nem tem tempo de chorar. porque tem coisas a tratar. É muito frio. As pessoas ficam viúvas e não têm acompanhamento psicológico. Não custa nada ao Estado arranjar um assessor ou um balcão onde a gente se possa dirigir."
Mesmo perante a tragédia, a cabeleireira diz ter encontrado força na fé: "Nunca me revoltei contra Deus, foi a única pessoa que ficou realmente do meu lado e há de ficar para o resto da vida. (...) Eu tenho necessidade de dizer às pessoas que o mundo espiritual existe. O recado está dado, acredita quem quiser."
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