Modelo é rejeitada pela Victoria’s Secret por participar em conteúdos para adultos: "Falso moralismo!"

A modelo brasileira Mariana Marquini foi excluída da seleção de modelos da Victoria’s Secret depois de três fases bem-sucedidas e de um ensaio fotográfico inspirado na marca. A decisão, comunicada pela agência responsável pelo recrutamento, justificou a exclusão pelo facto de a modelo ter um perfil na plataforma Privacy, onde partilha fotografias ousadas e vídeos sensuais, com os quais chega a faturar cerca de 9,7 mil euros por mês.

De acordo com a mensagem enviada pela agência, a participação de Mariana Marquini foi cancelada por "ferir os valores da marca e os bons costumes exigidos no casting". A modelo, contudo, não se deixou abater e reagiu de forma contundente.

"Não me vitimizo, mas isso é sim um reflexo do falso moralismo que ainda domina o meio da moda. Querem corpos perfeitos, mas não aceitam mulheres que se empoderam e ganham dinheiro com a própria sensualidade. O mundo mudou, mas algumas agências ainda vivem no século passado", afirmou.

Mariana Marquini garante que não pretende abandonar as plataformas de conteúdos para adultos em troca de uma carreira mais tradicional. "Enquanto uma campanha publicitária me paga oito ou dez mil reais [1,3 a 1,7 mil euros], com muito esforço e burocracia, nas plataformas adultas eu faturo 60 mil todos os meses [9,7 mil euros]. E com total liberdade sobre o meu corpo, a minha imagem e as minhas regras", explicou.

A modelo acusou ainda a indústria fashion de hipocrisia, apontando a contradição entre o discurso e as práticas das marcas. "Eles querem vender sensualidade, mas punem quem se apodera da própria. É como se dissessem: 'seja sexy, mas só do jeito que a gente manda'. Para mim, isso não é liberdade, é controle disfarçado de oportunidade", disse, acrescentando que a agência "agiu de má-fé" ao deixá-la avançar nas etapas iniciais do processo.

Determinada a seguir o seu próprio caminho, Mariana Marquini garantiu que o episódio não a vai travar: "Não estou triste. Estou mais livre do que nunca. Se uma agência ou marca me quer, que venha com respeito à minha trajetória e às minhas escolhas. Não estou à venda por migalhas. Já sou a minha própria vitrine."

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