Suspeito nega chantagem a Rita Pereira

'João' comprou o telemóvel numa feira e acabou detido. “Não roubei o telemóvel. Foi ela que disse que me dava uma recompensa”, alega o jovem.

19 de novembro de 2009 às 09:21
importa Foto: Natália Ferraz
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Quando comprou o telemóvel na Feira da Ladra, em Lisboa, há cerca de um mês, por 200 euros, ‘João’, nome fictício do jovem de 22 anos que é acusado de extorquir dinheiro a Rita Pereira, nunca pensou que acabasse detido. O CM foi ao seu encontro e ouviu a sua versão da história.

'Comprei o telemóvel na Feira da Ladra e não fazia a mínima ideia de que era da Rita Pereira. Quando o liguei, vi montes de fotografias dela e do Angélico é foi aí que percebi. Fiquei com o telemóvel cerca de duas semanas. Até que depois resolvi ligar para a mãe dela a avisar', relata ‘João’.

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'Entretanto, a Rita ligou-me e disse que queria o telemóvel de volta. Disse que lhe devolvia, mas ela tinha de me dar 200 euros, o preço que o telemóvel me custou, mais cem euros. Ela disse que me dava uma recompensa e acordámos então 500 euros,' acrescenta o jovem.

Depois de acertarem valores, ‘João’ e Rita marcaram encontrar-se 45 minutos depois nas bombas de gasolina de Torres Vedras, zona onde o jovem vive. 'Ela não apareceu. Passadas duas horas voltou a ligar-me a dizer que já tinha chegado. Foi aí que me algemaram e foram à minha casa revistar tudo.' ‘João’ foi levado para a PSP de Cascais onde passou a noite do dia 8. 'Nunca pensei que me acontecesse isso. Ela sabe que não fui eu que lhe roubei o telemóvel, nem nunca a chantageei. Só fui honesto e disse-lhe que li todo o conteúdo das mensagens. Se fosse outra pessoa podia-lhe ter-lhe estragado a vida porque o conteúdo é muito comprometedor.'

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Rita esteve indisponível para comentar estas declarações.

'NÃO ROUBEI O TELEMÓVEL'

Para ‘João’, o conteúdo do telemóvel de Rita Pereira não está a salvo. 'Não fui eu quem roubei o telemóvel. Só o comprei na Feira da Ladra, mas acredito que antes de mim ele tenha passado por muitas outras pessoas. Ele tinha uma capa nova, logo alguém o reparou. Eu não copiei nada para o meu computador, mas outras pessoas podem ter copiado', avança o jovem, que aguarda julgamento por extorsão.

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'Nunca pensei que o que eu estava a fazer era crime. É verdade que eu estava a pedir dinheiro à Rita por uma coisa que era dela, mas eu também paguei pelo telemóvel. Eu acreditei na boa-fé dela e ela entregou-me à polícia. Se eu fosse uma má pessoa podia ter divulgado as mensagens', lamenta ‘João’.

ASSALTO EM PALMELA

Rita Pereira foi assaltada a 8 de Outubro, no Castelo de Palmela, quando estava realizar o sonho de uma menina com leucemia. Quando chegou ao carro, depois de ter estado com a criança, tinha o vidro partido e percebeu que não estava lá a mala com todos os seus pertences.

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Desolada, a actriz fez queixa na GNR de Palmela. Os documentos nunca foram encontrados, e Rita também já estava sem esperanças de encontrar o seu telemóvel, apesar de ter pedido na televisão para que lhe devolvessem as suas coisas. 

MENSAGENS ÍNTIMAS DE ANGÉLICO

Rita Pereira ficou desesperada quando lhe roubaram o telemóvel porque muita da sua intimidade podia ser revelada. A verdade é que a actriz, de 27 anos, tinha razões para estar tão preocupada, uma vez que o seu passado com Angélico está todo retratado no telemóvel.

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'O telemóvel tem oito gigabytes de memória interna com conteúdos. As fotos que lá estão com o Angélico não têm nada de mal, mas as mensagens têm coisas muito graves. No total eram 140 mensagens e cerca de 60 eram do Angélico, algumas sobre o final do namoro. Se as pessoas soubessem o seu conteúdo iam ficar muito desiludidas. Ela não é o que toda a gente pensa. Se isto fosse a público arrasava completamente com a vida e com a carreira dela', revelou ‘João’ ao CM, mostrando-se triste com a actriz. 'Mais do que por ela me ter denunciado à polícia, fiquei desiludido com aquilo que li. Nunca pensei que ela fosse assim.'

OUTROS DADOS

EXCLUSIVO

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A revista Vidas, do CM, de 24 de Outubro, avançou em exclusivo que Rita Pereira estava preocupada com o facto de as suas fotos e mensagens íntimas caírem em mãos erradas.

OPERAÇÃO POLICIAL

Depois do telefonema de ‘João’, avisando-a de que tinha na sua posse o telemóvel, Rita Pereira contactou a PSP de Cascais para o apanhar.

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PRISÃO

Agentes à paisana da PSP detiveram ‘João’ e fizeram uma rusga à sua casa, em Torres Vedras, levando-o de imediato para a esquadra de Cascais, onde passou a noite.

SEM ANTECEDENTES

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‘João’ tem 22 anos e trabalha na construção civil. Não tem antecedentes criminais e assim que foi interceptado pela polícia não ofereceu qualquer tipo de resistência. Entre os vizinhos, é conhecido como 'um bom rapaz, muito calmo e amigo da mãe', com quem vive.

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