Representante de Portugal na Eurovisão esconde um passado ligado às drogas, que marcou a trágica morte do pai.
Chegou, viu e venceu! Conan Osíris é o homem do momento, aquele de quem todos falam, e o escolhido para representar Portugal no Festival da Eurovisão que, este ano, acontece em Tel Aviv, Israel. O intérprete que está a gerar controvérsia chama-se Tiago Miranda e tem 30 anos.
No bolso guarda uma série de memórias de infância felizes, outras menos devido ao bullying de que sofreu e à morte do pai. A nova estrela da companhia recordou recentemente o passado marcado por várias adversidades... "Havia muitos problemas que eu não sabia, que a minha mãe e toda a gente fazia questão de abafar, mas de uma forma muito feliz", começou por revelar em entrevista a Rita Ferro Rodrigues.
Filho de pais separados, Conan nunca chegou a entender a separação dos progenitores e as causas da morte do pai. Só soube durante a adolescência. "Só com 14 anos é que a minha mãe me contou que o meu pai tinha morrido por causa da droga. Ela sempre me protegeu dessa informação", acrescentou. Conan perdeu o pai quando tinha oito anos. A única figura masculina da sua vida passou a ser o avô. "Era dos únicos homens de família que não tinham nenhuma parte tóxica", disse, referindo-se a adições.
Este não foi, no entanto, o único episódio difícil na vida de Conan Osíris. Os tempos de juventude foram marcados por muita violência por parte dos colegas de escola, que não entendiam o seu estilo e a sua forma de estar. "A minha vida toda foi sempre incompreensão", admitiu. "Tive muita sorte em ter aqueles amigos, no meio daquela experiência de adolescência. A minha vida foi caótica até aos 18 anos. O santuário era estar com eles", acrescentou.
Sobre a alegada violência que sofreu às mãos de quem o julgou, Conan refere mesmo que sempre evitou confusões com quem quer que fosse. "A minha vida era desviar-me, fugir, fingir que não ouvia, levar um apalpão, uma chapada, pedras na cabeça. O que o pessoal, hoje em dia, chama de bullying. Isso era a minha vida", completou.
As razões da violência física e psicológica que passou deveu-se sobretudo ao estilo irreverente. Conan sempre usou cabelo pela cintura e vestia o que o fazia mais feliz. "Não achava que era diferente, para mim aquilo fazia sentido na minha cabeça", finalizou.
Antes da passagem para as luzes da ribalta, há cerca de três meses, Conan lançou o primeiro trabalho discográfico, ‘Música, normal’. Trabalhou numa sexshop até há pouco tempo. Agora dedica-se em exclusivo à música.
No passado dia 2 de março, acabou por reunir a preferência dos jurados e do público, o que lhe permitiu a vitória na gala final do Festival da Canção.
Minutos depois do momento em que foi consagrado vencedor, Conan falou aos jornalistas e mostrou-se incrédulo com a unanimidade com que conquistou o título. "Nunca imaginei que as pessoas fossem digerir a minha linguagem como uma coisa geral. Aparentemente as pessoas estão a entender, devem ter feito alguma descodificação. Finalmente, sinto que me estão a entender", referiu na conferência de imprensa.
A irreverência, o estilo, a forma de falar e até a música deram que falar um pouco por toda a parte. Conan Osíris até já chegou a ser comparado a António Variações, mas não ficou muito satisfeito com essa associação.
"No início senti até o peso de ser uma grande comparação, até porque ele já cá não está. Os fãs dele podiam não achar muita piada, porque somos pessoas singulares. Hoje em dia, isso já está a ficar um assunto tão cansado que eu chego mesmo dizer: ‘O Variações não fazia os álbuns dele sozinho. Não compunha, não escrevia músicas. Eu faço isso tudo, por isso vamos diferenciar,’" desmistificou durante a aparição no programa de Cristina Ferreira, em que falou sobre esta nova fase.
"Estou a tentar reagir da melhor forma que consigo. Estou a tentar andar de metro na mesma. Se eu for mais mascarado não me reconhecem tanto, de outra forma já me reconhecem", completou.
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